Desaceleração econômica continua impactando no mercado de trabalho, aponta Dieese

Desaceleração econômica continua impactando no mercado de trabalho, aponta Dieese


Publicado em: 02/09/2015 20:09 | Autor: 337

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A atual situação de crise enfrentada pelo país, que reflete em desaceleração da economia, diminuição de postos de trabalho, aumento de juros e problemas em vários setores só tende a se aprofundar. Um estudo publicado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra um panorama geral de vários aspectos que mostram a situação de alerta que o Brasil enfrenta.

Na análise, o Dieese aponta que o governo não conseguiu trazer para o centro da meta, de 4,5% ao ano, a inflação, nem o IPCA, que de 12 meses saiu de 6,59%, em outubro de 2014, para 8,89%, em junho de 2015. O outro objetivo, de reduzir o grau de endividamento, também parece mais distante, já que a relação dívida bruta/PIB passou de 58,9%, em dezembro de 2014, para 62,5%, em maio. Mesmo quando o índice é calculado com a dívida pública líquida, ele vai de 34,7% a 35,1% no mesmo período.

A desaceleração econômica combinada ao aumento das taxas de desemprego continua impactando o mercado de trabalho, segundo o Departamento, que aponta também para uma ofensiva patronal aberta. Esse aspecto tem sido notado nos processos de negociação, como em tentativas de cortes de ganhos e benefícios, parcelamento de reposições e outros mecanismos e em uma ofensiva institucional, como o posicionamento empresarial nas discussões sobre terceirização no Congresso, retomando a agenda tradicional de mais flexibilização de salários, direitos e condições no mercado de trabalho.

Com relação a mercado de trabalho nas regiões Metropolitanas, a análise as seis áreas onde o levantamento é realizado – Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo e Distrito Federal – foi constatado um “baixo dinamismo ocupacional”.

Segundo o Dieese, entre maio e junho, a taxa de desemprego total aumentou em Porto Alegre (de 7,8% para 8,5%) e São Paulo (foi de 12, 9% a 13,2%), manteve relativa estabilidade no Distrito Federal (de 14,4% para 14,2%), Fortaleza (de 8,0% para 7,9%) e Salvador (18,2% para 18,0%) e não variou em Recife (13,5%).

Já o nível de ocupação aumentou no Distrito Federal (1,1%), diminuiu em Recife (-1,0%) e São Paulo (-0,4%) e se manteve relativamente estável em Fortaleza (-0,2%), Porto Alegre (0,1%) e Salvador (-0,1%).

Esses resultados indicam o esboço de uma tímida retomada ocupacional em relação aos meses anteriores do ano, quando quase todas as regiões registravam declínio ocupacional. Sazonalmente, essa recuperação do emprego é esperada para o segundo semestre, mas, neste ano, em particular, a expectativa negativa para o PIB deve arrefecer esse movimento. Analisando os últimos 12 meses (eliminando-se a sazonalidade), observa-se que a tendência da taxa de desemprego total foi de alta em todas as cinco regiões metropolitanas com estatísticas disponíveis. Esse fato preocupa, pois consolida um resultado negativo de caráter mais estrutural, analisa o Departamento.

Ascom Sateal - Com informações Dieese