O Hospital Clodolfo Rodrigues de Melo, localizado em Santana do Ipanema, poderia ser para o Estado o suporte necessário para atender a população da região sem a necessidade de transferência para a capital e a consequente superlotação do Hospital Geral do Estado (HGE). Porém, os últimos dias tem sido de muita tensão e incerteza para a população e os trabalhadores.
O encerramento do contrato do Instituto Pernambucano de Assistência e Saúde (Ipas) pegou de surpresa todos os trabalhadores da unidade, que da noite para o dia receberam seus avisos prévios e ainda não sabem ao certo o que pode acontecer.
A prefeitura esteve reunida com representantes do Instituto no Ministério Público do Estado para tratar da questão, que parece estar longe de ser resolvida. Muitos auxiliares e técnicos de enfermagem já procuraram o Sateal para buscar orientações e relatar suas angústias e a possibilidade de ficarem desempregados.
Em entrevista ao Sateal, a primeira secretária da presidência do Conselho Estadual de Saúde de Alagoas, Maria Borges da Silva Rodrigues, disse que o Conselho está vigilante para a situação do Clodolfo Rodrigues. Ela lamentou o fato de o hospital ter a possibilidade de estar desempenhando atendimentos melhores e dando o suporte necessário à população, mas que desde que foi inaugurado, acabou ficando apenas nas promessas.
“Já estivemos no Clodolfo e ficamos encantados com o tamanho dele. É um sonho um hospital daquele porte para o estado, mas até agora ele não deu respostas à população sobre sua capacidade de atender aos municípios vizinhos. O visitamos assim que ele foi inaugurado, mas sentimos que o hospital tinha muitos equipamentos embalados, materiais caríssimos, havia problemas estruturais e o que nos surpreende é que vemos pessoas no HGE, por exemplo, que poderiam estar sendo tratadas lá e acabam vindo para Maceió”, revela.
“É um hospital que o governo investiu muito, tem uma estrutura muito boa para atendimento de média e alta complexidade. Mas as notícias que temos dos municípios próximos é que as pessoas chegam lá e não são atendidas e muitos casos acabam sendo transferidos para a capital”.
Apesar de toda a situação, a integrante do Conselho afirmou que um representante irá até Santana do Ipanema para ver de perto a situação e caso seja necessário, o Ministério Público será acionado.
“Não podemos deixar o trabalhador ser prejudicado. Se ele é lesado, o usuário também sente isso e o atendimento não pode parar, não é? A minha esperança é que surjam instituições capacitadas de fato para a gestão hospitalar. Estamos de olho no que ocorre nesse hospital. Queremos dizer aos trabalhadores que não desanimem, lutem e busquem seus direitos. O direito do trabalhador está garantido em Lei, temos os órgãos que apoiam e não vamos abaixar a cabeça”, finalizou.
Ascom Sateal