A Secretaria Estadual de Saúde de Alagoas (Sesau) acendeu um alerta que pode ter efeitos catastróficos no setor. Em crise por falta de dinheiro em caixa, a pasta acumula um débito de R$ 118 milhões que não possuem previsão de quando serão pagos. O que se tem confirmação é que a falta de pagamento aos fornecedores pode piorar ainda mais a situação da saúde causando a paralização de grandes unidades, por falta de medicamentos e materiais, além de atingir os trabalhadores e a população.
Os fornecedores protestaram na porta da Secretaria nos dias 13 e 14 de maio. Eles chegaram a bloquear a Avenida da Paz, em Maceió, para chamar atenção para a falta de pagamento pelos serviços realizados. O problema é que o atraso no pagamento dos fornecedores abre margem para que uma situação caótica tome conta do Estado com a paralização do setor saúde por falta de recursos que possibilitem o atendimento da população.
Eles confirmaram à imprensa local que a manutenção de ambulâncias e de equipamentos já está comprometida, bem como o fornecimento de medicamentos, alimentação para os trabalhadores e Equipamentos de Proteção Individual. O mais grave é que uma estrutura como o Hospital Geral do Estado (HGE), referência no Estado, pode parar por falta de materiais, equipamentos e serviços.
A secretária, Rosângela Wyszomirska justificou o atraso no pagamento afirmando que uma auditoria está sendo realizada na Secretaria para rever todos os contratos e processos e que não há prazo para quitar os débitos com fornecedores e demais serviços. A atual gestão afirma que encontrou uma dívida de R$ 156 milhões e que chegou a pagar R$ 37 milhões, mas que os R$ 118 restantes ainda são uma incógnita a forma de pagamento.
Para o presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem do Estado de Alagoas (Sateal), Mário Jorge Filho, mesmo que o problema principal da Sesau seja o débito com os fornecedores, os trabalhadores e a população também acabam sendo prejudicados. Os profissionais da saúde prejudicados pela falta de condições de trabalho, falta de materiais para desempenhar suas funções, de alimentação e até de EPI’s, que são obrigatórios para a execução de suas atividades. Já a população, segundo observa Mário, vai sofrer pela precariedade dos serviços oferecidos e também pela demora de exames e outros procedimentos.
“Existe o débito e ele precisa ser pago. O problema que ocorre na Secretaria de Saúde também é visto na pasta aqui de Maceió. Há descaso dos gestores no tratamento dessa situação e na forma como tratam as pessoas. Isso precisa ser mudado o mais rápido possível”, afirmou.
Ascom Sateal