Com uma base de 1,5 acordos salariais firmados entre trabalhadores e patronato, Alagoas é um dos Estados da federação que possui um grande número de entidades sindicais, mas que ainda possui entraves e dificuldades para celebrar acordos salariais. Durante esta semana, o Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem do Estado de Alagoas (Sateal) vai participar de um curso realizado pelo Ministério do Trabalho (MTE) que vai orientar sindicatos sobre a realização de convenções coletivas.
Dois técnicos do Dieese ( ) irão repassar noções para orientar sindicalistas no trato de negociações. Nesta segunda-feira (23) o presidente da entidade, Mário Jorge Filho, participou da abertura do evento e falou sobre a realidade da categoria quando o assunto é acordo salarial ou negociações de interesse dos trabalhadores da saúde.
Ele destacou a necessidade de se abrir mais diálogo na esfera federal e citou o exemplo da Lei das 30 horas, que pretende regulamentar a jornada de trabalho para auxiliares, técnicos e enfermeiros. Mário falou ainda da necessidade de equipar as Superintendências Regionais do Trabalho para que elas consigam auxiliar com mais propriedade as entidades sindicais nessas negociações.
“Parabenizo a iniciativa do Ministério do Trabalho em promover esse tipo de capacitação às entidades sindicais, mas acho importante se pensar também na capacitação das superintendências. Em um encontro com o ministro do trabalho citei a importância desse trabalho. Mas também friso que negociar não é fácil. Não estou aqui defendendo o patronato, mas como cobrar de alguém que está condicionado a pagar taxas altíssimas para o governo federal. As Leis que estão sendo editadas estão indo na contramão do trabalhador. Defendo uma reforma nas Leis trabalhistas, mas que seja sem a retirada de nossos direitos”, completou.
Em sua fala, a chefe da divisão de mediação do MTE, Monique Moura, disse que o Ministério do Trabalho tem procurado de aproximar das entidades sindicais e criar um ambiente favorável à negociação entre as partes.
“Os trabalhadores tem ganhado espaço no Brasil por conta dos sindicatos e acredito que este seja um curso inovador pela possibilidade de se aproximar da base e promover uma negociação representativa”, disse.
O advogado Gustavo Ferreira também participou da solenidade de abertura representando o patronato e contou um pouco da experiência de advogados mediarem as negociações junto aos sindicatos sem a presença dos patrões. Atualmente ele atua na defesa do Sindicato das Empresas de Vigilância do Estado de Alagoas e falou sobre a despersonalização das discussões entre as partes nos processos de negociação e acordos.
“É uma negociação difícil, mas temos tido um grande avanço nas discussões jurídicas. Digo isso porque há uma necessidade do advogado saber ouvir os trabalhadores e acabar com brigas pessoais formadas nessas mesas de discussão. Estamos ali para transmitir a mensagem do patronato”, analisou.
Ascom Sateal