O Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem do Estado de Alagoas (Sateal) recebeu novas denúncias sobre a prática de irregularidades no Hospital Regional Clodolfo Rodrigues de Melo, cometidas desta vez pela empresa vencedora da licitação e que administra a unidade. Segundo as informações, os funcionários estão sendo obrigados a cumprir uma jornada de trabalho excessiva.
Não é a primeira vez que denúncias contra o hospital acabam chegando ao conhecimento do Sindicato. No ano passado, a 19ª Procuradoria do Trabalho em Alagoas ajuizou uma Ação Civil Pública após encontrar irregularidades na jornada de trabalho, atraso no pagamento de salários e o não fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) a auxiliares e técnicos de enfermagem. Foi fixada uma multa de R$ 10 mil por descumprimento de cada item.
Desta vez, os funcionários denunciam que o Instituto Pernambucano de Assistência e Saúde (IPAS) fixou uma escala de trabalho para auxiliares e técnicos de enfermagem de 44 horas semanais, ou seja, de oito horas diárias. A escala, segundo explicou o presidente da entidade sindical, Mário Jorge Filho, é ilegal já que vai de encontro com o que ficou definido na convenção coletiva. “Os profissionais que atuam no Clodolfo deveriam cumprir uma escala de seis horas diárias. Eles descumprem totalmente oque ficou definido e precisamos que isso seja revertido”, disse.
O IPAS assumiu a gestão da unidade em 2010 e ficou responsável pela coordenação da UTI, da emergência, do ambulatório, dos setores de radiologia e diagnóstico por imagem, clínica ortopédica, médica, cirúrgica, obstétrica e pediátrica, o setor de anestesiologia e as unidades de internação.
O Sateal vai encaminhar ao Ministério Público um ofício solicitando apuração de possíveis irregularidades.
No início de janeiro, Mário Jorge esteve em Santana do Ipanema e discutiu com a direção a escala de trabalho. Na ocasião, o Clodolfo se comprometeu retomar o diálogo sobre a implantação da escala de trabalho, o que até o momento não ocorreu.
Como se não bastasse toda a situação complicada envolvendo os trabalhadores, a direção se mostra pouco preocupada em resolver os problemas que surgem. Parte do texto da UTI desabou em decorrência das fortes chuvas que caíram em Alagoas durante o carnaval.
De forma improvisada, funcionários retiraram macas e equipamentos do local e colocaram duas caixas d’água nos corredores para conter a água que jorrava pelo teto. Mário Jorge, presidente do Sateal, disse que irá protocolar na próxima semana ofícios no Ministério da Saúde e na Controladoria Geral da União pedindo o acompanhamento do fato.
Ascom Sateal