Salários estão atrasados desde julho de 2014; 13º também não foi pago. Direção da unidade estaria alegando falta de repasse de verbas do SUS.
Derek Gustavo Do G1 AL
Auxiliares e técnicos de Enfermagem do Hospital e Maternidade Santa Rita de Cassia, localizado no bairro do Poço, paralisaram as atividades nesta quinta-feira (29), em protesto contra o atraso de salários. Eles denunciam que todos os funcionários estão há seis meses sem receber salário e o 13º, e que mesmo procurando insistentemente uma resposta, a direção da unidade não apresenta solução para o problema.
A reportagem do G1 tentou contato com a direção da unidade, mas não obteve sucesso.
O presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem de Alagoas (Sateal), Mário Jorge Filho, explica que a direção alega não estar recebendo verbas do governo, que seriam utilizadas para pagar a folha de funcionários. Os salários estão atrasados desde julho de 2014.
“A empresa alega que o sistema do governo federal que libera verbas para as unidades de saúde está fechado. Se só os salários de novembro e dezembro estivessem atrasados, nós até entenderíamos, mas e os quatro meses anteriores? Não acreditamos que o Estado e o Município também estejam há quatro meses sem repassar verbas para o hospital. Isso não é justificativa”, afirma o presidente do sindicato da categoria.
Faixa afixada pelos manifestantes relata problema (Foto: Derek Gustavo/G1)
Faixa afixada pelos manifestantes relata problema (Foto: Derek Gustavo/G1)
Ainda de acordo com Mário jorge, a empresa alega que tem somente R$ 300 mil a receber do Sistema único de Saúde (SUS). “Esse dinheiro não cobre as seis folhas de pagamento, as seis folhas de FGTS, de fornecedores. O diretor mandou um bilhete dizendo que pagaria os salários de novembro e dezembro, mas não deu prazo nem posição a respeito do 13º e das quatro folhas anteriores. Já procuramos a Justiça para intermediar a situação. Caso não resolva, vamos pedir o bloqueio das contas do hospital”.
Funcionários ouvidos pela reportagem denunciaram também a situação precária em que trabalham. Segundo eles, três funcionários foram demitidos após procurar a direção do hospital para pedir explicações sobre o salário atrasado. “Nem alimentação a empresa fornece. Quem dobra o horário só come se comprar a própria comida, caso contrário, fica com fome”, conclui Mário Jorge.
Os auxiliares e técnicos de Enfermagem estão trabalhando com 30% do pessoal. Os demais funcionários, afirma o sindicato, trabalham em ritmo reduzido.