Inaugurada a pouco menos de um ano, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Palmeira dos Índios começa a apresentar problemas que vão desde o descumprimento da convenção coletiva até irregularidades na acomodação de lixo hospitalar. Em algumas alas, os profissionais foram vistos sem as vestimentas obrigatórias.
Funcionários da unidade procuraram o Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem do Estado de Alagoas (Sateal) para denunciar irregularidades trabalhistas cometidas pela administração da unidade. Segundo a denúncia, a direção não estaria cumprindo a convenção coletiva, que estava interferindo diretamente na escala praticada, gerando deficiências nas folgas dos trabalhadores. Além disso, eles reclamam de sobrecarga de trabalho, já que faltam profissionais para atender a demanda.
O presidente do Sateal, Mário Jorge Filho, esteve na unidade no final de dezembro e constatou que as irregularidades iam além das mencionadas pelos trabalhadores. Muitos foram flagrados sem os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) circulando pelos corredores e alas médicas. O Sateal também viu profissionais atendendo pacientes em setores diferentes sem que houvesse a troca de vestimenta, o que pode causar a transmissão de doenças contagiosas.
Outro ponto preocupante foi com relação a acomodação de lixo e outros materiais, que estavam em uma sala sem a menor distinção.
“Em uma das alas vimos um paciente que havia ingerido veneno junto com outros pacientes. Ele era atendido por profissionais que não usavam luvas, alguns deles estavam com roupas inadequadas - até mesmo de tênis - o que não é permitido. Vimos também salas com sangue no chão e materiais usados em curativos espalhados”, relatou Mário Jorge.
O diretor da Unidade, Evandro Tavares Mesquita, apresentou a convenção coletiva ao Sateal e alegou que havia distribuído os Equipamentos de Proteção aos funcionários. Ele disse desconhecer a sobrecarga de trabalho e irregularidades nas escalas de folga, e solicitou que o Sindicato realizasse um levantamento entre os funcionários para que ele comparasse com a escala adotada.
“No Acordo Coletivo firmado com a Procuradoria do Trabalho, o diretor afirmou ter gasto R$ 20 mil com fardamento, mas ao circular pelos corredores da unidade não vemos isso. Vamos comunicar todas as irregularidades ao Ministério Público do Trabalho e solicitar uma Ação Civil Pública cobrando o cumprimento do acordo coletivo, pagamento de multa em caso de novo descumprimento e responsabilização do diretor pelos danos causados”, completou Mário Jorge.
Ascom Sateal