A Câmara dos Deputados em Brasília foi palco para uma rodada de discussões entre representantes de várias entidades sobre o trabalho escravo. O evento foi promovido pela Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) e de forma geral os especialistas afirmaram que o trabalho escravo no Brasil compromete a imagem do país e a competitividade dos produtos.
O presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem do Estado de Alagoas (Sateal) e diretor da CNTS, Mário Jorge Filho, esteve presente e levantou a questão do trabalho escravo entre profissionais da saúde. Ao usar a tribuna da casa, ele questionou se o fato de a jornada de auxiliares, técnicos e enfermeiros que resulta em lesões, sobrecarga de trabalho e até a morte não poderiam ser considerados trabalho escravo.
De acordo com os dados mais recentes, cerca de 22 milhões pessoas trabalham em condições análogas à escravidão no mundo e o trabalho escravo movimenta em torno de US$ 150 bilhões por ano com a exploração sexual, na indústria do vestuário, na agropecuária e nos trabalhos domésticos, entre outros. Apenas no Brasil, cerca de 150 mil pessoas ainda vivem nestas condições.
Para a diretora da OIT no Brasil, Laís Abramo, “todos perdem com o trabalho escravo. Os trabalhadores, suas famílias, o país. Apenas aqueles que vivem da sua exploração ganham”, afirmou. A representante da OIT também reforçou a importância de fiscalizar e combater o trabalho escravo na área da saúde.
O padre Ari Antônio dos Reis enfatizou a importância do tema da Campanha da Fraternidade deste ano - Fraternidade e Tráfico Humano – que guarda relação direta com o tema. “Já realizamos uma mesa de diálogo com os bispos sobre o trabalho escravo no Brasil, voltado para a capilaridade das mais de 270 dioceses e dez mil paróquias espalhadas pelo país. O nosso foco está na conscientização para que haja prevenção e combate”, explicou.
Ascom Sateal - com informações Agência Câmara