Em reunião acontecida ainda no mês de maio, o líder do Partido dos Trabalhadores (PT), Vicentinho, assinou um requerimento de urgência pedindo ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, a votação do Projeto de Lei 2295/2000 (que propõe a redução da jornada de trabalho dos profissionais de enfermagem para 30 horas semanais), porém, demonstrando mais uma falta de respeito com os trabalhadores atuantes no âmbito da enfermagem, o parlamentar revogou a validade do documento, fazendo o PL se distanciar mais uma vez do plenário.
Após manifestações, profissionais da categoria, inclusive do Fórum 30 horas conseguiram ser recebidos pelo presidente da Câmara e, como resultado da reunião, ficou decidido que um grupo de estudos formado por representantes do Fórum 30 horas, pelos técnicos do Ministério da Saúde, pelo próprio presidente da Câmara e outros três parlamentares teria um prazo de quinze dias para estudar o impacto da aprovação ou não do PL.
Diante desta situação, os técnicos e auxiliares de enfermagem, assim como enfermeiros de todo o Brasil estão se mobilizando a fim de realizar atos públicos nos estados onde existam parlamentares contrários à causa, a exemplo do que aconteceu nos estados de São Paulo e Rio Grande do Norte. De acordo com o presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem no Estado de Alagoas (Sateal) e diretor da Confederação Nacional dos trabalhadores EM Saúde (CNTS), Mario Jorge Filho, as manifestações acontecem porque a categoria já não aguenta esperar. “Todo este estudo de impacto já foi feito anteriormente, na época do ministro Padilha. Esperamos que isto não seja mais uma enganação com os profissionais”, disse ele.
Finalizando, o diretor da CNTS fez questão de ressaltar a importância da classe trabalhadora para a sociedade e a política. “A saúde vale a vida porque cuida de quem vota e vale o voto, porque também vota”, declarou.
Hospitais Filantrópicos
O diretor da CNTS também fez questão de ressaltar a indignação da categoria com as instituições ditas filantrópicas. “Não é possível que o governo fique refém da rede filantrópica de saúde e dos municípios, que já foram denunciadas em diversos meios de comunicação por negligenciarem cuidados mínimos com seus pacientes. É preciso que a população acompanhe mais de perto pois trata-se de impostos pagos por nós e que o Ministério Público seja Estadual ou Federal haja com rigor contra essas instituições”, complementou .
Por Ascom Sateal