O Sateal protocolou ofício ao Ministério da Justiça, ao governo do Estado e a Secretaria de Defesa Social cobrando mais segurança e resolutividade nas ações de combate a violência contra os profissionais em serviço nas unidades de saúde de Alagoas. O pedido veio após a grande comoção causada pelo assassinato do vigilante Almiro Pereira, no 1º Centro de Saúde, no bairro da Levada, na última quinta-feira (26). Devido ao crime, os serviços da unidade estão suspensos até o dia 7 de outubro.
No mesmo dia, a Clínica Central de Saúde, situada no bairro do Prado, em Maceió, foi invadida por homens armados que renderam o vigilante e roubaram um revólver pertencente a uma empresa de segurança à qual ele presta serviço.
O ambulatório 24 horas Assis Chateaubriand também foi alvo de bandidos esse mês. Lá, dois homens renderam os vigilantes e levaram as armas, fugindo em seguida em um táxi. No mesmo dia, o vigilante de um estabelecimento situado no bairro Tabuleiro dos Martins, na parte alta da cidade, teve o armamento roubado. Na ação ousada, os bandidos chegaram ao local e pediram para chamar o segurança. Quando a vítima foi ao portão, os acusados anunciaram o assalto.
No início do mês, um vigia do Hospital Geral do Estado (HGE), foi rendido por dois elementos que estavam vestindo farda de uma empresa que presta serviço à Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal). Eles entraram a pé na unidade e renderam o vigilante, que não teve chance de defesa.
Nos dois casos, os bandidos invadiram as unidades de saúde para cometer os crimes. “Da mesma forma que entra e ameaça ou mata o vigilante, pode matar um auxiliar, um técnico de enfermagem, até mesmo um paciente. Não podemos admitir que as unidades de saúde, que são locais onde a população recorre em busca de atendimento, sejam violadas dessa maneira”, desabafou o presidente do Sateal, Mário Jorge Filho.
O presidente conta que ficou preocupado com o desespero dos profissionais do 1º Centro de Saúde, que entraram em contato com ele para pedir ajuda. “Na condição de representante da classe trabalhadora, nossa instituição tem a obrigação de cobrar do poder público, condições de trabalho decentes. Mesmo assim não posso deixar de me revoltar diante do caso. O vigilante, que estava em serviço para garantir a proteção das pessoas, é que se torna a vítima. O que podemos assegurar aos demais trabalhadores?”, questionou.
Alagoas ocupa o 3º lugar no ranking de assassinato de mulheres, diz Ipea
Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (25) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que, para cada grupo de 100 mil mulheres em Alagoas, quase nove são assassinadas. O estado ocupa o 3º lugar no ranking de femicídios praticados no país. De acordo com o estudo, 40% dos crimes foram cometidos pelos companheiros.
Para o presidente do Sateal, a Lei Maria da Penha, apesar de nova, é pouco eficaz. “Mesmo com a edição da Lei, o aumento da criminalidade contra a mulher é crescente. Precisa-se que o governo seja mais radical nas ações, para que possamos garantir a mulher trabalhadora e a dona de casa, tranquilidade e segurança no seu dia a dia”, avaliou.
De acordo com a Polícia Civil, só este ano foram abertos mais de 1.200 inquéritos de crimes contra mulheres. A maioria dos casos são de agressão e ameaça. Segundo a delegada da Mulher Tereza Ramos de Albuquerque, houve um aumento no número de denúncias.
“A diminuição dos crimes ocorreu pelo número de campanhas que têm sido feitas no combate à violência contra a mulher e pelo apoio que elas têm recebido ao chegar em uma delegacia”, revela.
Ainda segundo a delegada, as medidas protetivas, que garantem a segurança das vítimas, são um estímulo para que as mulheres denunciem os agressores. “O Juizado da Violência Doméstica não tem sido complacente com os agressores. Este é um dos motivos que incentivam a mulher a denunciar a violência”, afirma. Os dois estados que estão à frente de Alagoas nessa pesquisa é o Espírito Santo e a Bahia.
Fonte: Assessoria Sateal com G1/AL