Com o objetivo de prevenir o uso de drogas e promover o conhecimento sobre os riscos de contato com substâncias alucinógenas, o presidente do Sateal e diretor da CNTS, Mário Jorge Filho, em parceria com o presidente da Associação dos Dependentes Químicos e Portadores de Doenças Psiquiátricas de São Miguel dos Campos (ADQPAL) Adailton Antônio, promoveram, nesta sexta-feira, 05, no auditório da Santa Casa de São Miguel dos Campos, o lançamento da Cartilha de Combate ao Crack, elaborada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores da Saúde.
Estiveram presentes estudantes da rede municipal e federal, professores, profissionais de saúde, e moradores da cidade. Na oportunidade, Mário Jorge Filho, ressaltou a ausência de representantes do Poder Executivo e Legislativo no lançamento da cartilha. “Escolhemos este município devido aos números preocupantes de assassinatos envolvendo o uso e tráfico de drogas. O que nos angustia é que prefeito, secretários, vereadores e várias autoridades foram convidados e não estão presentes, perdendo um momento de conhecer o material, que é de utilidade pública e tem caráter didático”, reforçou o presidente.
A palestra sobre os riscos do uso de drogas foi ministrada pelo professor Givaldo Herculano de Oliveira. Pesquisador do tema há mais de duas décadas, o professor apontou que 90% das mortes no município acontecem por envolvimento com drogas e com jovens entre 15 e 25 anos. “Segundo dados da Confederação Nacional dos Municípios, o crack está presente em 98% dos municípios brasileiros e é uma praga que precisa ser controlada antes que mate ainda mais nossos jovens”, explicou.
O encontro acabou resultando numa grande roda de conversa, com professores e alunos interagindo e relatando experiências de envolvimento de pessoas próximas e até membros da família com o crack. Compartilhando a angústia de um parente viciado, a professora Cenise de Oliveira, dá seu depoimento.
“É muito triste conviver com uma pessoa viciada, pois você presencia a transformação de um ser saudável em uma pessoa completamente dependente de uma droga que destrói não só o indivíduo, mas toda a família. Sofro junto porque convivo e sei todo o mal que o crack é capaz de proporcionar. Torna-se constante ouvir que seria melhor que aquela pessoa morresse, dando fim ao sofrimento de todos, pois a cura parece algo impossível”, declarou a professora, apontando a necessidade de a sociedade tomar para si a responsabilidade de combater o tráfico.
A estudante do 9⁰ ano do ensino municipal, Marta Érica, também é testemunha dos estragos causados pelo crack. “Um amigo querido, uma pessoa próxima, passou a roubar e até matar para alimentar o vício. Hoje ele não pode mais voltar à cidade sem correr o risco de morte. Vejo isso e peço a todos os meus amigos e parentes que não arrisquem uma única vez, pois pode ser fatal. Ninguém deveria usar droga, pois não há futuro nela”, ressaltou.
Apesar da tristeza externada nos depoimentos, há sempre esperança em reverter à situação. A cartilha foi elogiada pelo caráter educativo e preventivo que exerce, levando informação e promovendo a política de prevenção. “Precisamos cobrar de nossas autoridades o comprometimento na efetivação de políticas públicas de combate as drogas de forma eficaz. As famílias também podem fazer a sua parte, unindo-se contra esse mal e ajudando o próximo a conhecer mais sobre os riscos desta praga letal”, reiterou Mário Jorge. A cartilha será lançada em agosto, na Faculdade Seune, em Maceió.
Fonte: Assessoria Sateal