Sateal cobra da Sesau explicações sobre surto de diarreia no Agreste

Sateal cobra da Sesau explicações sobre surto de diarreia no Agreste


Publicado em: 19/11/2013 11:12 | Autor: 324

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O presidente do Sateal, Mário Jorge Filho, encaminhou ofício ao secretário de Estado da Saúde pedindo audiência para inteirar-se das ações do setor de Vigilância Epidemiológica nos municípios alagoanos. A preocupação surgiu após o surto de diarreia que atingiu moradores de Palmeira dos Índios e cidades circunvizinhas, entre outros municípios na região, que procuraram o Hospital Regional Santa Rita, de Palmeira dos Índios, em busca de atendimento.

O documento, que também foi entregue ao Conselho Estadual de Saúde, cobrou a participação das secretarias de saúde, no sentido de apurar com maior rigor a origem dos problemas e orientar a população sobre os procedimentos para prevenir-se de possíveis contaminações. “Até agora os gestores não se posicionaram na orientação da população sobre o que deve ser feito para se evitar novos surtos”, explicou Mário Jorge, ao lembrar que a maioria das cidades não possui saneamento básico.

“O argumento da secretária da Saúde de Palmeira dos Índios, de que a contaminação está apenas nos poços artesianos da Zona Rural não convence. Como é que moradores de municípios distantes de Palmeira, também estão sendo acometidos pelo problema? Alguém está querendo tapar o sol com a peneira e a população é quem está pagando o preço”, provocou, reforçando que em visita realizada nesta sexta-feira, 7, a unidade, o presidente constatou a presença de dezenas de pessoas, lotando os corredores do Hospital.

O presidente do Sateal criticou as informações que acusam a direção do Hospital Santa Rita de omitir o diagnóstico do surto e elogiou o desempenho dos profissionais da unidade, que estão se esforçando para atender a grande demanda dos últimos quinze dias.

O caso

Desde o dia 17 de maio 1.300 pessoas que moram no município de Palmeira dos Índios, e cidades circunvizinhas, deram entrada no Hospital Regional Santa Rita devido ao surto de diarreia. Com o grande número de pessoas em busca de atendimento médico, a unidade de saúde encontra-se sobrecarregada, comprometendo o estoque de medicamentos e material.

O que diz a SMS de Palmeira dos Índios

Diante da situação, a secretária de saúde de Palmeira dos Índios, Verônica Medeiros, falou sobre os resultados dos exames feitos pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) com as amostras da água consumida na cidade e em comunidades da zona rural.

O objetivo da análise foi descobrir as causas do surto de diarreia no município. O laudo apontou a presença de uma bactéria que se aloja nas fezes. “Foi constatado apenas problemas na água de quem usa fontes alternativas, como cisternas e cacimbas. Quanto ao a água da Casal, o líquido não apresenta problemas”, relata Verônica Medeiros.

Bactérias foram detectadas na água consumida sem tratamento. O povoado Bonifácio é um dos que registraram um elevado número de casos de diarreia envolvendo adultos e crianças. “Ontem foi uma criança para o hospital de Palmeira dos Índios com febre e diarreia”, conta a dona de casa Vânia da Silva.

A população do povoado é abastecida por água de um poço artesiano onde as amostras do líquido indicaram a presença da bactéria. As equipes de saúde estão agindo no povoado. Assim, uma das medidas foi adicionar uma dosagem de cloro nas caixas de água comunitárias e reservatórios caseiros. Seu Antônio não queria permitir que os agentes da vigilância sanitária tratassem a água que ele consome, mas mudou de ideia e autorizou a entrada dos agentes de saúde.

Outros municípios atingidos

A direção do Hospital Santa Rita, em Palmeira dos Índios, Agreste de Alagoas, informou que mais de 400 pessoas do município e de cidades vizinhas deram entrada na unidade de saúde desde a última quinta-feira (16) com os mesmos sintomas: diarreia, vômito e febre alta. A situação está sendo investigada pela Secretaria do Estado da Saúde (Sesau), que fez a coleta da água consumida na região para saber se uma possível contaminação seria a causa do problema.

O diretor-médico do Hospital Santa Rita, Eduardo Arruda Silva, acredita que está havendo um surto viral. "Pode ser proveniente da água, da sujeira que vem com a chuva ou ainda de outros fatores que devem ser investigados", falou.

O médico diz ainda que usou em 15 dias o estoque do soro fisiológico previsto para durar por pelo menos dois meses. Ele conta que o atendimento aumentou 50%. Por causa da procura emergencial, a direção adotou medidas como a ampliação do número de leitos e reforço das equipes de profissionais e do estoque de medicamentos. "O município e o Estado fizeram uma parceria e estão dando o suporte necessário. A situação é crítica, mas está dentro da nossa capacidade", diz.

Muitos pacientes ainda estão internados no hospital, mas o diretor não soube dizer o número exato. Silva recomenda que quem sentir algum dos sintomas precisa procurar um médico e tomar muito líquido. O Hospital Santa Rita atende oito municípios: Palmeira dos Índios, Igaci, Belém, Cacimbinhas, Tanque D Arca, Minador do Negrão, Estrela de Alagoas e Maribondo.

 

Fonte: Assessoria Sateal com G1