O presidente do Sateal, Mário Jorge Filho, protocolou dois ofícios na Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, denunciando a falta de estrutura e de corpo profissional em duas unidades: Hospital Ib Gatto Falcão e Maternidade Santa Mônica, ambas administradas pelo estado.
Sobre as condições do Hospital Ib Gatto, o documento aponta que há pelo menos dois anos a sua estrutura vem sendo subutilizada devido a problemas que vão desde a falta de reparos na estrutura até a ausência de corpo profissional.
De acordo com as informações do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES/DATASUS – atualizado pela SESAU no dia 2/2/2013, unidade possui 72 leitos – todos disponíveis ao SUS – para os procedimentos de cirurgia geral; clinica geral; neonatologia; obstetrícia cirúrgica e clínica; pediatria clínica; além de unidade de cuidados intermediários neonatais convencionais.
“Se estivesse funcionando, o Hospital IB Gatto atenderia a contento os quase sessenta mil habitantes de Rio Largo, além dos maceioenses, e cidadãos dos municípios circunvizinhos. Sua inatividade acarreta em um prejuízo inestimável ao erário público, além da sobrecarga do Hospital Geral do Estado (HGE), que quase nunca consegue absorver a grande demanda oriunda dos 102 municípios alagoanos, incluindo a capital”, detalha o texto.
A denúncia referente às condições da Maternidade Santa Mônica foi embasada em um documento enviado por profissionais da unidade, que com ajuda de fotos comprovam a deterioração da estrutura, equipamentos quebrados, falta de segurança e de material de consumo para manutenção da maternidade de saúde.
“Decidimos apelar para esta secretaria porque acreditamos que, por se tratar de uma estrutura que se encontra mais próxima a presidente da República Dilma Rousseff, haverá maior atenção e investigação detalhada do caso por parte da chefe do Poder Executivo brasileiro. Esperamos ansiosamente por um retorno positivo para o povo alagoano, tão sofrido e distanciado das políticas públicas que existem sob a justificativa de amparo indiscriminado aos cidadãos”, ressaltou Mário Jorge.
Presidente do CRM diz que 45 hospitais públicos estão abandonados em AL
Fernando Pedrosa atribui a falta de médicos nos estados às más condições de trabalho oferecidas pelo poder público local
O presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM), Fernando Pedrosa, afirmou, durante entrevista coletiva nesta quarta-feira (20), que 45 hospitais do interior de Alagoas estão “completamente abandonados pelo poder público”. Pedrosa informou que o CRM produzirá um relatório detalhado sobre o assunto, assim como sobre o que classificou como “falta de dignidade humana” no Hospital Geral do Estado (HGE).
“Na semana passada, eu estive no HGE e constatei, mais uma vez, um quadro de superlotação. As condições oferecidas pelo hospital ferem a dignidade humana. O Conselho vai elaborar um relatório e encaminhar para o Ministério Público, para que seja encaminhada denúncia à Justiça”, observou o presidente do CRM.
Pedrosa atribuiu o baixo número de médicos em Alagoas (como mostra pesquisa divulgada nesta quarta) às más condições de trabalho oferecidas pelo poder púbico local. Ele explicou a “população médica” do estado está entre as mais velhas do País – com média de 50 anos – e os profissionais formados aqui migram em busca de oportunidades melhores em outros estados.
“Não há condições dignas de trabalho. Os médicos recebem um salário abaixo do valor médio pago no resto do país e trabalham em locais inadequados. Com isso, não há interesse por parte de novos profissionais em permanecer em Alagoas. Eles migram para estados que oferecem uma remuneração melhor”, complementou.
O presidente do CRM disse, no entanto, que existe um projeto que prevê a criação de um Plano de Cargos e Carreiras para a categoria, que, se aprovado, deve beneficiar os médicos alagoanos.
Fonte: Assessoria Sateal com Gazetaweb