Com apitos e bandeiras nas mãos, estudantes e profissionais da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) invadiram a Sala dos Conselhos Superiores da Universidade nesta quinta-feira (20) e provocaram a suspensão da votação que iria decidir sobre a adesão do Hospital Universitário (HU) à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
No momento da invasão, os 53 membros do Conselho Universitário estavam presentes no local, entre eles o reitor Eurico de Barros Lôbo Filho, que decidiu pela suspensão da sessão extraordinária alegando falta de segurança para os conselheiros. Segundo o regimento do Consuni, a reunião só poderá ser retomada após decorridas 72 horas da interrupção.
Os manifestantes, que incluem profissionais do HU e entidades sindicais, fórum e conselhos que lutam pela não privatização do SUS e são contrários à implantação da Ebserh no HU, forçaram entrada na reunião reivindicando que 35 integrantes de entidades, entre elas o Sateal, pudessem participar da plenária.
Para o presidente do Sateal, Mário Jorge Filho, permitir que o Hospital Universitário passe a ser administrado por uma empresa privada representa um retrocesso à democracia e ao acesso universal que rege os princípios do SUS.
“Quem vai sentir as consequências desse gesto são os usuários de todo o estado, que tem o HU como referência no atendimento de várias especialidades e os servidores, que correm o risco de sofrerem com a precarização da instituição”, ressaltou Mário Jorge, que esteve presente na Ufal.
A Ebserh é uma empresa pública criada pela Lei Federal nº 12.550, de 15 de dezembro de 2011, e tem como missão garantir as condições necessárias para que os hospitais universitários federais, integrados ao SUS, tenham mais condições de prestar melhor atendimento às necessidades de saúde da população.
A criação da Ebserh integra um conjunto de ações do governo federal para recuperar os hospitais vinculados às universidades federais. Por meio do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), foram adotadas medidas que contemplam a reestruturação física e tecnológica das unidades, a recuperação do quadro de recursos humanos dos hospitais, entre outras.
Fonte: Assessoria Sateal