Trabalhadores, representantes do Sateal, Conselho Regional de Enfermagem (Coren), administração do Hospital Maceió (do grupo Hapvida) estiveram, na última terça-feira (25), em audiência com o Ministério Público do Trabalho, para tratar das inúmeras denúncias coletadas pelo Sateal e enviadas a Justiça. Uma nova audiência, dessa vez com a apresentação de diversos documentos solicitados pelo órgão trabalhista, está marcada para o dia 23 de outubro.
Entre os casos mais graves apresentados ao procurador Cássio Araújo, contam a demissão de profissionais, entre técnicos de enfermagem e enfermeiros, dispensados após recusarem-se a assinar acordo individual em que estariam acatando trabalhar na jornada de 12h diurnas com descanso de 36h e sem o direito a folga semanal. A unidade possui 154 técnicos de enfermagem e cerca de 70% aderiu a alteração da jornada, iniciada em junho.
Apesar do aumento na jornada de trabalho, os profissionais continuam com os mesmos salários. “Os trabalhadores foram coagidos a assinar acordo e em decorrência disso estão adoecendo, prestando assistência de até 50 pacientes por profissionais”, denunciou um funcionário do Hospital.
Os trabalhadores denunciaram sobrecarga, dobras de até 24h por falta de profissionais para cumprir a jornada, ameaças, falta de maqueiros, assédio moral, insegurança no local de trabalho, ausência de diálogo com a administração da unidade, além do não pagamento de insalubridade e adicional noturno, entre outras acusações graves.
A empresa também vem praticando os acordos de trabalho de forma individual, sem a presença do sindicato. “Tal prática tende a reduzir as chances dos profissionais de formalizar um acordo que seja favorável ao trabalhador. Sem contar que há grande demora nos pagamentos das rescisões”, completou Mário Jorge Filho, presidente do Sateal.
A empresa chegou a promover uma reunião com uma representante do grupo vindo de Fortaleza, e na ocasião repassamos todos os problemas coletados pelo Sindicato, mas não houve evolução ou qualquer outra posição após a única reunião”, reforça Mário Jorge, que afirmou manter os canais de diálogo sempre abertos, embora a empresa não manifeste interesse em resolver a situação.
Coren denuncia mais problemas e faz nova fiscalização pós audiência
O represente do Coren denunciou que a empresa se recusa a aceitar atestados médicos dos funcionários que não foram atendidos pelo Hospital. Outra denúncia foi o descumprimento resolução nº418 que trata da obrigatoriedade da formação em técnico de enfermagem para a função de imobilização. Uma nova visita do Conselho foi realizada nesta quinta-feira (27).