Trabalhadores contratados para atuar no Hospital Escola Dr. Helvio Auto, no bairro do Trapiche da Barra, em Maceió, denunciaram ao portal Gazetaweb que estão sem receber salários há seis meses. Além disso, outro problema registrado na unidade de saúde estadual é a falta de material básico para procedimentos em pacientes. Faltam até luvas. O Sateal recebeu a denúncia e encaminhou o caso com pedido de providências ao Ministério Público Estadual (MPE).
Ainda de acordo com a denúncia, o problema não se limita somente ao HDT, mas também aos funcionários que trabalham no prédio sede da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), instituição ao qual o hospital é vinculado.
"Tem gente que não recebeu nem o mês de outubro do ano passado. Outros estão com os pagamentos de fevereiro, março, abril, maio e junho atrasados", contou uma funcionária, que preferiu não se identificar.
Ela explicou também que o pagamento é feito por meio de um sistema de empenho mensal. Ainda segundo a funcionária, o dinheiro costuma entrar na conta dos trabalhadores entre os dias 15 e 20 de cada mês, o que não tem acontecido.
Outro problema apontado por ela é que, quando pago, o salário tem saído com o desconto do valor referente à contribuição previdenciária. No entanto, a base de dados do ISS dá conta de que o repasse não vem sendo feito. "Ao menos é o que consta lá", reforçou.
Para entender o que está acontecendo, os funcionários contratados assinaram, há três semanas, um documento solicitando uma reunião com o reitor da Uncisal e os responsáveis pelo setor financeiro da instituição. Até hoje, porém, não obtiveram resposta acerca do pedido.
Ainda de acordo com a denúncia, o problema é enfrentado por profissionais como fisioterapeutas, enfermeiros, médicos, assistentes sociais, técnicos de enfermagem e técnicos de laboratório, entre outros.
Sobre a falta de material, os trabalhadores alegam também que, há quase um mês, as luvas de procedimento acabaram. Até a manhã de hoje, eles utilizavam luvas-estéril, muito mais caras que as convencionais.
"O hospital está cheio de doentes, a UTI também, e não temos luvas pra trabalhar. Isso aqui é um hospital de doenças infectocontagiosas. Não podemos expor os pacientes, nem nos expor", desabafou a trabalhadora, acrescentando que foi necessário pedir luvas emprestadas ao HGE. "Para economizar, estamos utilizando a mesma luva para fazer tudo", emendou.
A Gazetaweb entrou em contato com a assessoria de comunicação da Uncisal, negando que o atraso nos salários seja de seis meses. Segundo a assessoria, os trabalhadores estão, na verdade, há três meses sem salários, com as luvas já tendo sido compradas na manhã desta quinta-feira.
Confira, abaixo, a nota da Uncisal
A reitoria da Uncisal informa que tem mantido contato constante com a Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag) para resolver questões referentes ao orçamento da instituição. A Uncisal depende do repasse financeiro, via custeio, para realizar os pagamentos pelos serviços realizados. A reitoria informou, ainda, que tem buscado resolver a questão envolvendo pagamento dos profissionais e que mantém o canal de diálogo aberto com todos que prestam serviços à Uncisal. Sobre a falta de materiais, a gestão da Uncisal realizou reunião ontem com os diretores de todas as unidades de saúde pertencentes à Uncisal para discutir questões como abastecimento. Na manhã desta quinta-feira já foram feitas compras de luvas e os materiais já estão sendo utilizados pelos profissionais do Hospital Escola Hélvio Auto.