Negociações coletivas não tiveram bons resultados em 2016, aponta Dieese

Negociações coletivas não tiveram bons resultados em 2016, aponta Dieese


Publicado em: 13/03/2017 18:56 | Autor: 337

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Os números da economia brasileira ainda são preocupantes. O ano de 2017 deverá ter resultados negativos em vários setores, já que a diminuição dos postos de trabalho ainda é uma realidade. Um dado divulgado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) revela que em 2016 as negociações coletivas também tiveram resultados desfavoráveis para a maioria das categorias profissionais. Entre as negociações acompanhadas pelo SAS-DIEESE (Sistema de Acompanhamento de Salários), apenas 23,4% tiveram, em 2016, reajustes acima da inflação medida pelo INPC-IBGE (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).

O Caged também registrou retração no número de vínculos formais de trabalho, ou seja, empregos com carteira assinada. O saldo das movimentações de admissão e desligamento revelou a destruição de 1,3 milhão de postos formais de trabalho, em 2016. Além disso, em dezembro de 2016, o salário médio dos trabalhadores admitidos foi 17% menor do que o dos desligados.

Para 2017, o “mercado” aposta em uma ligeira recuperação da economia. As instituições financeiras que enviaram projeções para o Banco Central, em fevereiro, projetaram crescimento de 0,49% do PIB para o ano (Mediana do Boletim Focus de 03/03/2017). A esperança é que os cortes na taxa Selic e a liberação do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) devam promover um aumento da liquidez na economia. A expectativa é que a liberação desse dinheiro contribua para a retomada do crescimento. Mas ainda pairam incertezas sobre a recuperação, tanto da economia quanto do mercado de trabalho.

Isto porque parte do dinheiro que vai entrar na economia brasileira deverá ser utilizado para o pagamento de dívidas e a recuperação econômica só terá reflexo no mercado de trabalho com defasagem.

O Dieese acredita que o ano de 2017 será ano difícil para os trabalhadores e suas famílias. As incertezas quanto à retomada do crescimento econômico persistem, ao mesmo tempo em que há a expectativa de que a taxa de desocupação ainda continue a crescer. O aumento da pressão no mercado de trabalho tende a endurecer ainda mais as negociações.

Além disso, ainda no primeiro trimestre, estão na agenda legislativa propostas que terão efeitos diretos nos direitos dos trabalhadores, como a reforma da previdência, a reforma trabalhista e a regulamentação da terceirização. Essa conjuntura do mercado de trabalho coloca um grande desafio às entidades sindicais e ao conjunto dos trabalhadores brasileiros que, unidos e organizadamente, precisarão lutar com o objetivo de reverter esse cenário de avanço dos interesses do capital.

Com informações do Dieese