O ano de 2017 já segue para o terceiro mês, mas para os trabalhadores da Clínica de Repouso Doutor José Lopes, em Maceió, a vida parou em dezembro do ano passado. Isto porque desde então os auxiliares e técnicos de enfermagem que trabalham no local estão sem receber seus salários. Como se não bastasse a insegurança financeira, os profissionais são obrigados a exercer suas funções de forma sobrecarregada.
A direção decidiu silenciar e não manter diálogo com seus funcionários, tampouco comunicar os motivos do atraso salarial. Os trabalhadores estão sem receber os salários de dezembro, janeiro e caminham para ficar sem receber o salário de fevereiro. Também está em atraso o décimo terceiro.
Para piorar a situação, os trabalhadores que atuam turno no turno noturno na escala de 12 horas tem apenas como refeição ofertada pela empresa pão e manteiga. Há também relatos de sobrecarga de trabalho, já que a clínica atende atualmente 60 pacientes e conta com apenas 21 funcionários, sendo apenas três por setor. À noite, a sobrecarga de trabalho beira o caos, quando apenas um funcionário é obrigado a cuidar de pelo menos 30 pacientes psiquiátricos.
O presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem no Estado de Alagoas (Sateal), Mário Jorge Filho, questionou a direção da Clínica sobre o motivo do atraso salarial, que se justificou afirmando que a situação decorre de atrasos no repasse de recursos da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
“Qual o motivo para silenciar diante de tamanho atraso salarial? Estamos falando de famílias que dependem desses valores para sobreviver. Se há atraso no repasse de recursos, isto precisa ser regularizado”, questionou Mário Jorge.
Diante da situação, o Sateal irá encaminhar as denúncias a Procuradoria Regional do Trabalho e ao Conselho Regional de Enfermagem. Ao Coren, o Sateal irá solicitar que seja realizado um dimensionamento para chegar ao coeficiente de pacientes a serem atendidos por cada profissional. Além disso, o Sindicato irá realizar uma assembleia com os trabalhadores para discutir a possibilidade de greve caso a situação salarial não seja regularizada.
“Se os trabalhadores sinalizarem pela adesão a greve, iremos cruzar os braços até que a situação seja resolvida”, completou Mário Jorge.
Ascom Sateal