A morte da ex-primeira dama Marisa Letícia Lula da Silva, no começo do mês, reascendeu o debate sobre ética médica. Médicos que trabalhavam no hospital onde ela esteve internada vazaram informações de seu prontuário e chegaram a divulgar imagens nas redes sociais.
O ato que vai totalmente de encontro ao que preconiza a ética médica rendeu a dois profissionais que atuavam no Hospital Sírio Libanês a demissão. Marisa Letícia recebeu os primeiros atendimentos no Hospital de São Bernardo e de lá foi encaminhada para São Paulo.
A tomografia feita na ex-primeira dama no Hospital de São Bernardo do Campo foi compartilhada em uma rede social. Após dar entrada no Sírio Libanês uma médica do hospital compartilhou informações sobre o estado de saúde dela em um aplicativo de mensagens.
Tais atitudes infringem o código de conduta e a privacidade do paciente. O crescimento do número de processos abertos para apurar a conduta médica preocupa Conselhos de Medicina de todo o país e também entidades representativas, como é o caso do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem no Estado de Alagoas (Sateal).
Para se ter ideia, somente o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (CREMESP) registrou entre 2012 e 2016 379 processos éticos por quebra de sigilo médico. Destes 48 foram considerados culpados. Porém outros profissionais que atuam no ambiente hospitalar podem estar sujeito ao descumprimento dos preceitos éticos e serem punidos.
Um levantamento feito por Diego Adão Fanti Silva, cirurgião da Universidade de São Paulo aponta que 53% dos médicos entrevistados por ele para uma pesquisa de mestrado confessaram já ter divulgado informações de pacientes em redes sociais. Outros 69% disseram desconhecer as regras de proteção de privacidade.
O caso faz um importante alerta a todos os profissionais da saúde, que devem estar atentos às informações que divulgam dos pacientes atendidos e evitar ao máximo divulgar informações sigilosas.
Ascom Sateal - Com informações Fantástico
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