As Confederações realizaram duas grandes reuniões nesta terça (10), em São Paulo. Pela manhã, a Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos - CNTM-Força Sindical reuniu direção e assessorias a fim de avaliar a conjuntura e definir ações - na base, Congresso Nacional e junto ao governo - em defesa dos direitos trabalhistas e previdenciários.
À tarde, também na sede dos Metalúrgicos de SP, o Fórum Sindical dos Trabalhadores - FST promoveu encontro com 12 Confederações, diversas Federações e Sindicatos de diferentes categorias profissionais. Além dos dirigentes, participaram técnicos do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) e do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Metalúrgicos - Para Miguel Torres, presidente da CNTM, os eventos reforçam a unidade sindical. “A crise é muito grave e os ataques aos direitos se multiplicam. A unidade do sindicalismo é fundamental para posicionar a classe trabalhadora na discussão das reformas, na resistência às agressões e na articulação das lutas”, comenta. Ele informa que novas reuniões, amplas e unitárias, devem acontecer nas próximas semanas.
Confederações, Federações e Sindicatos em reunião na sede dos Metalúrgicos de SP
O Fórum Sindical de Trabalhadores, coordenado por Artur Bueno de Camargo, da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Alimentação - CNTA Afins, dirigiu o encontro da tarde. Para o dirigente, o movimento sindical deve combinar resistência e negociação. Mas ele indica que, para isso, será preciso mobilizar as bases. “Nossa força é a base. É com essa força e legitimidade que devemos negociar com a Câmara, o Senado, o governo e também realizar atos e protestos, em todo o País”, diz.
Para Artur, um dos caminhos é tratar com os parlamentares em suas bases. “Falar com eles em Brasília já faz parte dos encaminhamentos. Mas o político sente o peso da pressão quando vê ações organizadas nos locais onde vive seu eleitorado”. O dirigente do FST defende que toda a estrutura sindical se mobilize.
Experiente consultor sindical, João Guilherme Vargas Neto alerta para a gravidade da situação. Ele analisa: “A recessão já dura três anos, com indicação de depressão. Nossos adversários se aproveitam disso e do desemprego crescente para atacar direitos e tentar isolar o movimento sindical da sociedade. Querem que sejamos como nos Estados Unidos, onde o sindicalismo foi isolado e perdeu qualquer força social ou política. Lá, a sindicalização mal chega a 5%.
Fonte: Agência Sindical