Primeiro semestre registra pior resultado de negociações salariais desde 2003

Primeiro semestre registra pior resultado de negociações salariais desde 2003


Publicado em: 05/09/2016 18:27 | Autor: 337

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Refletindo o atual momento crítico que passa a economia brasileira, as negociações salariais coletivas no país no primeiro semestre de 2016 também apresentaram apenas 24% de aumentos reais aos salários, o equivalente a pouco menos de um quarto dos reajustes analisados.

Os dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostrou que 37% dos resultados tiveram reajustes em valor igual à inflação e 39% reajustes abaixo, tomando por referência a variação do INPC-IBGE em cada data-base.

Com esse panorama, a variação real média dos reajustes no primeiro semestre foi negativa, ficando 0,50% abaixo da inflação. O resultado é o pior desempenho das negociações por reajuste salarial do primeiro semestre desde 2003.

O Dieese analisou reajustes de 304 unidades de negociação pelo país dos setores da Indústria, Comércio e de Bens e Serviços.

Em todo o primeiro semestre, o mês de janeiro é o que apresenta o maior percentual de negociações com reajustes salariais por data-base abaixo do INPC-IBGE: 48%. No entanto, a partir de abril, aumenta a proporção de reajustes com ganhos reais, atingindo o percentual de 39% em junho, em que pese o pequeno número de negociações computadas nessa data-base.

Segundo os dados do Dieese, no primeiro semestre de 2016, cerca de 74% dos reajustes salariais analisados foram pagos de forma integral; e 25%, pagos em duas ou mais parcelas5 . Os percentuais são próximos dos observados no segundo semestre de 2015, e muito diversos dos registrados nos sete semestres anteriores.

No que se refere à concessão de abonos salariais e ao pagamento escalonado de reajuste (pagamento diferenciado de reajuste segundo faixas salariais definidas), nesta análise será feita a comparação entre os acordos realizados nos anos de 2012 a 2016 pelas mesmas 304 unidades de negociação consideradas no presente balanço semestral. O que se observa no primeiro semestre de 2016 é o crescimento significativo na proporção de negociações com reajuste escalonado.

“O futuro é incerto e as mudanças ora em curso no quadro político e econômico nacional reforçam o seu nível de indeterminação. Nesse momento de realinhamento das forças políticas e redesenho das políticas econômicas, poucos analistas se arriscam a fazer previsões categóricas. Contudo, alguns indicadores parecem revelar que o momento pior na economia já passou, o que não significa que se possa antecipar a retomada do crescimento econômico. Apesar disso, é importante lembrar que no segundo semestre ocorrem datas-bases de categorias profissionais com grande capacidade de mobilização”, destaca o Dieese em sua análise. 

 

Ascom Sateal - Com informações Dieese