Depois de uma série de audiências, o Hospital do Açúcar decidiu suspender, em caráter temporário, as demissões de mais de 300 trabalhadores da unidade. A decisão foi comunicada pelo hospital durante audiência na Procuradoria Regional do Trabalho (19ª PRT/AL), que vem mediando a situação.
Durante a audiência, o advogado do Hospital disse que não haveria condições de arcar com os custos das demissões e ainda garantir o pagamento da folha em dia. O Hospital do Açúcar disse na audiência que está buscando alternativas, entre elas a renegociação de alguns contratos para aumentar a demanda e também um posicionamento da Secretaria de Estado da Saúde e do Município com relação aos atrasos nos repasses de recursos do SUS.
Momentaneamente, a situação pode ser considerada uma vitória para os sindicatos que fizeram pressão para evitar que as demissões ocorressem. Porém a preocupação agora se volta para o descaso que Estado e Município realizam com relação ao atraso nos repasses. O que poucos observam é que a situação afeta os trabalhadores da unidade, pois a verba também é utilizada para pagar os salários. Se há atraso no repasse, logo haverá atraso salarial, observa o presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem do Estado de Alagoas (Sateal) Mário Jorge Filho.
“O Hospital do Açúcar está em crise há anos e ultimamente atrasa salários e outros benefícios dos trabalhadores. Convém observar que o Estado se mostra omisso e negligente à saúde pública de Alagoas. Com tantos problemas o governo ainda quer privatizar as unidades públicas de saúde”, destaca.
Uma nova audiência irá ocorrer desta vez com a presença da secretária de Saúde de Alagoas, Rosângela Wyszromirska, e do secretário municipal de saúde de Maceió, José Tomaz Nonô. Eles terão que explicar ao Procurador do Trabalho o motivo dos atrasos dos repasses dos recursos provenientes do SUS.
Ascom Sateal