O efeito da crise econômica deixa cada vez mais difícil a sobrevivência do trabalhador brasileiro. Os custos com bens e serviços aumentam todos os meses e em contrapartida o salário de longe consegue ser o suficiente para suprir os custos e necessidades.
Um novo estudo divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra o aumento do valor da cesta básica em 18 capitais pesquisadas e faz uma projeção do valor real que deveria estar em vigência para o salário mínimo no país.
Segundo o Dieese, no mês de novembro a cesta básica aumentou e alcançou valores próximos dos R$ 500 em algumas capitais. Em Porto Alegre, por exemplo, o item chegou a custar R$ 404,62. Outras capitais com valor elevado foram São Paulo, R$ 399,21, Florianópolis R$ 391,85 e Rio de Janeiro R$ 385,80.
Com base no total apurado para a cesta mais cara, a de Porto Alegre, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.
Em novembro de 2015, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 3.399,22, ou 4,31 vezes mais do que o mínimo de R$ 788,00. No mês anterior, o mínimo necessário correspondeu a R$ 3.210,28, ou 4,07 vezes o piso vigente. Em novembro de 2014, o valor necessário para atender às despesas de uma família era de R$ 2.923,22, ou 4,04 vezes o salário mínimo então em vigor (R$ 724,00).
Em novembro de 2015, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 97 horas e 54 minutos, superior à jornada calculada para outubro, de 92 horas e 36 minutos. Em novembro de 2014, o tempo exigido era de 91 horas e 44 minutos. Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em novembro deste ano, 48,37% dos vencimentos para adquirir os mesmos produtos que, em outubro, demandavam 45,75%. Em novembro de 2014, o comprometimento do salário mínimo líquido com a compra da cesta equivalia a 45,32%.