O resultado da inflação divulgado nesta quarta-feira (07) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que houve um aumento em setembro. O percentual para o mês é superior ao de agosto em 26%.
Ela voltou a subir depois de leve recuo em agosto. Esta nova alta ocorre, sobretudo, pelo reajuste relativo ao preço do gás de cozinha. O botijão de gás teve aumento de 1,07%, respondendo por um quarto do aumento de preços do mês. Outro aspecto que já começou a pressionar os preços foi aumento do dólar, que chegou a superar os R$ 4,00.
Além do impacto no mercado financeiro e nas relações de consumo, a alta da inflação incide também na negociação salarial dos trabalhadores. Em um material divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), o alerta feito aos dirigentes sindicais é com relação ao percentual a ser pleiteado.
As categorias que tiverem data-base em outubro vão precisar, de no mínimo, 9,90% de reajuste salarial para recompor as perdas com a inflação dos últimos 12 meses, medida pelo INPC-IBGE.
O Departamento aponta que a consequência mais imediata do "recrudescimento inflacionário" é o endurecimento dos processos de negociação coletiva. Num cenário de crise política, estagnação econômica e ataque aos direitos trabalhistas, fica cada vez mais difícil conquistar reajustes salariais com ganho real de poder de compra.
O DIEESE ainda aponta como problemas a inflação elevada causa um impacto nominal significativo no peso das folhas salariais; que o poder de barganha dos trabalhadores diminui em função do desaquecimento do mercado de trabalho e do risco de perda do emprego; e que o aumento da mão-de-obra disponível induz muitos empregadores a praticar a substituição de trabalhadores - demite-se trabalhadores com salários maiores e contratam-se outros com salários mais baixos. O risco aumenta com o reajuste da folha, que aumentará cerca de 10% somente com a reposição da inflação.
Ascom Sateal - Com informações DIEESE