Técnicos e auxiliares são 80% do quadro da Enfermagem no Brasil, aponta estudo

Técnicos e auxiliares são 80% do quadro da Enfermagem no Brasil, aponta estudo


Publicado em: 08/05/2015 17:37 | Autor: 337

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Somos a maioria dentro do campo da Enfermagem. Isto é o que comprova uma pesquisa divulgada pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), realizado pela Fundação Oswaldo Cruz, intitulada Perfil da Enfermagem no Brasil. O levantamento traz dados inéditos e apresenta o mais amplo panorama da América latina. De acordo com os dados, 80% dos profissionais da enfermagem são auxiliares e técnicos. Os 20% restantes são enfermeiros. 

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a área de saúde compõe-se de um contingente de 3,5 milhões de trabalhadores, dos quais cerca 50% atuam na enfermagem. A pesquisa sobre o Perfil da Enfermagem, realizada em aproximadamente 50% dos municípios brasileiros e em todos os 27 estados da Federação, inclui desde profissionais no começo da carreira (auxiliares e técnicos, que iniciam com 18 anos; e enfermeiros, com 22) até os aposentados (pessoas de até 80 anos).

No quesito mercado de trabalho, 59,3% das equipes de enfermagem encontram-se no setor público; 31,8% no privado; 14,6% no filantrópico e 8,2% nas atividades de ensino. A pesquisa foi encomendada pelo Cofen para determinar a realidade dos profissionais e subsidiar a construção de políticas públicas. “Este diagnóstico detalhado da situação da enfermagem brasileira é um passo necessário para a transformação da realidade”, afirma o presidente do Cofen, Manoel Carlos Neri.

A composição do quadro da Enfermagem é em sua maioria feminina, sendo composta por 84,6% de mulheres. É importante ressaltar, no entanto, que mesmo tratando-se de uma categoria feminina, registra-se a presença de 15% dos homens. Outro ponto destacado pela pesquisa é a busca de qualificação dos profissionais de nível médio. Muitos deles, 23,8% possuem escolaridade acima da exigida para o cargo e 11,7% já concluíram o nível superior.

Considerando a renda mensal de todos os empregos e atividades que a equipe de enfermagem exerce, constata-se que 1,8% de profissionais na equipe (em torno de 27 mil pessoas) recebem menos de um salário-mínimo por mês. A pesquisa encontra um elevado percentual de pessoas (16,8%) que declararam ter renda total mensal de até R$ 1.000. Dos profissionais da enfermagem, a maioria (63%) tem apenas uma atividade/trabalho.

Os quatro grandes setores de empregabilidade da enfermagem (público, privado, filantrópico e ensino) apresentam subsalários. O privado (21,4%) e o filantrópico (21,5%) são os que mais praticam salários com valores de até R$ 1.000. Em ambos, os vencimentos de mais da metade do contingente lá empregado não passa de R$ 2.000.

Sessenta e cinco por cento dos profissionais entrevistados afirmaram que enfrentam dificuldades para encontrar emprego. A área já apresenta situação de desemprego aberto, com 10,1% dos profissionais entrevistados relatando situações de desemprego nos últimos 12 meses.

 

Ascom Sateal com informações Fiocruz