Sobe número de denúncias de técnicos de enfermagem com sintomas de depressão

Sobe número de denúncias de técnicos de enfermagem com sintomas de depressão


Publicado em: 13/04/2015 19:53 | Autor: 337

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Localizado no Sertão de Alagoas, o Hospital Regional Clodolfo Rodrigues de Melo poderia ser considerado uma referência para atendimentos da população em seu entorno e também como um posto de trabalho para vários profissionais da saúde. Porém, há algum tempo a unidade vem mostrando seu lado mais preocupante: o assédio, a perseguição e o clima de insatisfação entre seus funcionários. Após informações sobre o caso de uma técnica de enfermagem que tentou suicídio ao ingerir veneno junto com o filho, chegaram informações ao Sateal de outros profissionais da unidade que também apresentam quadro depressivo.

Os transtornos mentais lideram a lista de doenças que acometem os profissionais da saúde e precisam ser cuidadas para que não acabem se tornando apenas estatísticas. O Sateal lembra que mesmo em situações onde o profissional se sinta inseguro para denunciar ou cobrar providências devido a perseguições no ambiente de trabalho, é importante que se busquem formas de prevenção. 

Nas última quinta-feira (09) uma técnica tentou suicídio ingerindo veneno junto com o filho de três anos de idade. Eles foram encaminhados a Unidade de Emergência do Agreste, em Arapiraca, onde foram submetidos a procedimentos para retirada das substâncias do organismo e permanecem internados. Nesta segunda-feira o Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem do Estado de Alagoas (Sateal) foi informado por meio de denúncias que outros dois trabalhadores da unidade vem apresentando um quadro depressivo e permanecem desempenhando suas funções sem acompanhamento médico.

O caso da técnica que se envenenou acabou ocorrendo após ela sofrer suposta perseguição das enfermeiras coordenadoras do setor de enfermagem da unidade. Ela é lotada na unidade como instrumentadora cirúrgica e recentemente foi colocada para atuar na emergência da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) que funciona anexo ao Clodolfo Rodrigues.

Vale destacar aqui que as enfermeiras que atuam na coordenação do setor e que não tomaram providências são as mesmas que foram denunciadas recentemente por promover perseguição e assédio moral a auxiliares e técnicos de enfermagem. Diante das informações, o Sateal já encaminhou ao Conselho Regional de Enfermagem (Coren/AL) um pedido de providências.

A direção do hospital disse ao Sateal na semana passada que não tinha conhecimento do caso e que iria apurar as informações.

Segundo o presidente do Sateal, Mário Jorge Filho, o caso já foi comunicado ao Conselho Regional de Enfermagem de Alagoas (Coren) para que a postura das coordenadoras do setor seja apurada. Outros órgãos fiscalizadores, a exemplo da Procuradoria do Trabalho e o próprio Poder Executivo de Santana do Ipanema, também serão comunicados do caso.

“Iremos realizar uma assembleia com os trabalhadores de Santana do Ipanema por sugestão da juíza do trabalho, onde iremos discutir questões ligadas à jornada de trabalho. O hospital não vem cumprindo o que determina a convenção coletiva. Os profissionais estão trabalhando em escala de 12 horas diurnas, quando o correto seriam 12 horas noturnas. A empresa diz que não contrata pessoal por não ter mão de obra qualificada na região, mas nenhum profissional sai especialista do curso”, aponta Mário Jorge.

 

Ascom Sateal