Neste final de semana teve início a campanha de conscientização sobre o câncer de próstata. A doença hoje afeta um em cada seis homens no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA).
As estimativas da Sociedade Brasileira de Urologia mostram que 69 mil novos casos deverão ser diagnosticados somente em 2014 no país, com uma média de um caso a cada 7,6 minutos. E o pior é que aproximadamente 13 mil brasileiros vão morrer em decorrência da doença, o que significa um óbito a cada 40 minutos. Depois do aparecimento dos sintomas, mais de 95% dos casos de câncer de próstata já se encontram em fase avançada.
Para o presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem de Alagoas (Sateal), Mário Jorge Filho, o alerta para a prevenção e tratamento também deve ser feito aos profissionais da área da saúde.
“O Sindicato, enquanto entidade de saúde vê a importância e a necessidade de se orientar a população e o auxiliar de enfermagem de se fazer periodicamente o controle do câncer de próstata, uma vez que apesar de não haver muita divulgação, a doença é um dos fatores que mais causa a morte no setor masculino. É uma pena que a maioria dos homens tenha preconceito de fazer o exame, o que agrava ainda mais a identificação e o tratamento. Assim como as mulheres os homens devem deixar o preconceito de lado para fazer o exame”, disse.
Mário Jorge também cobrou uma maior divulgação quanto à importância, o combate e a prevenção por parte dos gestores tanto da área da saúde como de outros segmentos, para que servidores façam o exame e se previnam.
Os exames são importantes, pois podem poupar a vida útil do homem em até 7,3 anos, conforme alerta o presidente da SBU, Carlos Corradi Fonseca. “Pessoas do sexo masculino não costumam ir ao médico porque acham que são super-homens, e o câncer de próstata, quando não é detectado no início, raramente tem cura”, sustenta. O urologista recomenda que, a partir de 50 anos, todo homem deve fazer o exame periódico. Se houver histórico familiar e se a pessoa for negra ou obesa, a recomendação é procurar um urologista a partir dos 45 anos.
Fonseca alerta que o câncer de próstata é assintomático em sua fase inicial. “O exame de toque e o PSA, feito por meio da coleta de sangue, detectam a maior parte dos tumores em fase inicial, e, nesses casos, as chances de cura são de 90%”, avisa. Segundo ele, os tumores variam entre os pouco, os medianos e os muito agressivos.
“No caso de ser diagnosticado um câncer pouco agressivo, é possível pensar num tratamento inicial a partir de uma observação vigilante. Se ele é médio ou muito agressivo, o tratamento deve ser iniciado logo que é dado o diagnóstico, principalmente com cirurgia ou radioterapia”, explica. A cirurgia, assegura, é o tratamento com maior índice de cura. Quando a doença se espalha, a saída é a hormonoterapia, por meio da qual a produção de testosterona no organismo é inibida, mas isso só ocorre nas fases mais avançadas.
A campanha movimenta toda a sociedade civil e entidades de vários segmentos pelo país. O movimento Novembro Azul surgiu na Austrália em 2003 e fazia parte do calendário de atividades do Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata. No Brasil, somente em 2012 a campanha começou a se chamar Novembro Azul.
Ascom Sateal com informações CNTS