O presidente do Sateal, Mário Jorge Filho, esteve reunido com a presidente do Conselho Regional de Enfermagem, Lúcia Maria leite e da Associação Brasileira de Enfermagem, Regina Maria, para deliberar o encaminhamento de documento que denuncia as condições precárias dos trabalhadores e usuários da Maternidade Escola Santa Mônica.
No documento, os profissionais ressaltam a indignação com as condições de trabalho e o descaso no tratamento aos pacientes. No texto é reforçada uma série de descumprimentos do Código de Ética da Enfermagem e do Código Penal brasileiro, como desacato e humilhação ao funcionário público em exercício das atividades.
Além de muitas fotos mostrando a superlotação da Maternidade nos finais de semana, diversas imagens comprovam a deterioração da estrutura, como infiltrações, equipamentos quebrados, ausência de macas, materiais de limpeza, entre outros.
Dentro das condições de trabalho, os profissionais enumeraram como maiores problemas a grande quantidade de paredes rachadas, com mofo, instalações elétricas velhas, falta de climatização de diversos setores, ausência de local de descanso, banheiros insalubres e espaço físico insuficiente, o que leva as pacientes a serem acomodadas nos corredores.
Entre os equipamentos e materiais, os servidores destacaram a má qualidade de alguns materiais hospitalares, o abastecimento irregular de insumos importantes, a exemplo da dipirona, ausência de sonares doopller, de sistema de reanimação, suportes para soros, macas para transferência em veículos, aspirador portátil, maca ginecológica, e a grande quantidade de camas quebradas ou enferrujadas e colchões de camas de parto rasgados.
A falta de segurança, ausência de apoio policial e entrada vulnerável nas instalações do prédio têm favorecido frequentes agressões verbais e físicas cometidas por acompanhantes de pacientes contra os profissionais, a maioria deles em serviço no setor de triagem.
Outro agravante é a falta de higienização adequada em praticamente todos os setores da Santa Mônica. É comum encontrar ratos e baratas nas instalações do prédio, isso porque faltam materiais de limpeza e de assepsia dos profissionais.
Entre todos os itens destacados – com um dos parágrafos dedicados a condição de superlotação – , os servidores estaduais enfatizam a insatisfação com o salário, a perda da isonomia salarial, o número insuficiente de profissionais, a grande quantidade de trabalhadores afastados por licença médica e a desmotivação das equipes. “Tais fatores culminam na má qualidade da assistência”, ponderou o presidente do Sateal.
Encaminhamentos das entidades
Diante da gravidade exposta no dossiê elaborado pelos trabalhadores da Santa Mônica, as entidades encaminharam o documento junto a um pedido de intervenção na unidade a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, a Secretaria de Políticas para Mulheres, ao Ministério da Saúde, ao Ministério Público Federal, e também para a Secretaria de Estado da Saúde, Ministério Público Estadual e Procuradoria Regional do Trabalho.
“Não podemos permitir que tal situação continue sem intervenção. De um lado são os profissionais que estão expostos aos maiores desgastes e do outro mulheres que recebem o pior tratamento em um dos momentos mais vulneráveis de suas vidas. As entidades vão lutar pela defesa dessa unidade porque entendemos a importância dela em Alagoas, por isso precisamos que o poder público seja responsabilizado e atue com vigor junto a essa unidade”, ressaltou Mário Jorge.
Fonte: Assessoria Sateal