A Confederação Nacional de Municípios – CNM divulgou, na segunda-feira, 5, estudo semanal sobre a Covid-19 e aponta para o risco de falta de oxigênio e medicamentos do kit intubação em muitas cidades brasileiras. Segundo o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, já houve um pico dessa insuficiência no passado, porém a situação ainda é muito preocupante, mesmo com uma queda no número de municípios que alertaram sobre esse quadro.
A pesquisa está na 15ª edição e contou com a participação de 2.747 gestores, ou seja, 49,3% dos municípios brasileiros. Durante a semana, cerca de 17% das prefeituras alertam para a insuficiência de medicamentos do kit intubação, ou seja, mais de 800 municípios. Com relação ao oxigênio, cerca de 10% dos municípios apontaram o risco de faltar o insumo.
“Estamos divulgando e levando ao Ministério da Saúde e aos órgãos competentes esse resultado para que a União, os estados e a quem cumpre alimentar essa estrutura, mostrando essa preocupação dos prefeitos do Brasil dentro das administrações públicas, esse é um dado bastante relevante para embasar depois uma proposta”, disse o presidente da CNM em coletiva de imprensa.
Outro ponto destacado na pesquisa é a questão da falta de vacinas. Segundo Paulo Ziulkoski, a situação é grave uma vez que 29,4% dos municípios que participaram da pesquisa responderam que faltaram imunizantes para seguir com o Plano de Imunização e 95,1% relataram a falta de vacinas para aplicação da primeira dose.
Os dados da CNM, com base nas informações enviadas pelos gestores municipais, apontam que, em janeiro de 2021, a idade média de internados por covid-19 nas UTIs era de 61,8. Nesta semana, conforme a pesquisa, a idade passou a ser 52,3, ou seja, pessoas mais jovens estão sendo atingidas pelo vírus. Na semana anterior, essa média era de 52,1. Ainda nesse aspecto, o levantamento também avaliou a quantidade de mortes pela doença.
“Em abril, tivemos um pico de cerca de 3 mil mortes diárias e, hoje, estamos no em torno de 1.800-2.000 mortes. Aparentemente vem arrefecendo, mas é aí que mora o grande perigo, estamos praticamente nos acostumando e achando que melhoramos com essa queda. Se não tomarmos providências mais radicais, nós vamos ter o aprofundamento no nível de ocupação hospitalar e de óbitos”, disse o presidente da CNM.
Projeção de vacinação – Em projeção realizada pelo Conselho Nacional de Municípios, levando em consideração o público de 18 a 90 anos, seriam necessárias 320.089.818 milhões de doses de vacina, considerando o esquema vacinal completo em duas doses. Caso o Brasil tivesse a aplicação diária de 1.393.415 de doses, toda esta população estaria vacinada com a dose 1 em maio e, com o esquema vacinal completo (D1+D2) em setembro de 2021.
Segundo o Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde, cerca de 78.470.700 de pessoas estão no grupo prioritário para vacinação contra a covid-19. Considerando as duas doses, são necessárias 156.941.400 milhões para imunização completa desta população.
Considerando as vacinas recusadas pelo governo federal, dados da projeção da Pfizer mostram que, em dezembro de 2020, 1.125.000 de pessoas estariam vacinadas com a D1. Em 2021, em janeiro, 375.000 pessoas estariam completamente imunizadas, em fevereiro, 750.000, e em março, 1.125.000.
Adoção de medida de lockdown nacional – Sobre a possibilidade de adoção de uma medida de lockdown nacional em virtude de uma nova onda de infecção causada por novas variantes, 52,8% dos gestores concordaram, ou seja, 1.625 cidades. Em contrapartida, 44,6% não concordaram e 2,6% não souberam opinar sobre o assunto.
Os gestores que concordaram com um lockdown nacional e indicaram que 15 dias seria o tempo adequado foram 75,9%, já 14% escolheram 21 dias e 7,5%, 30 dias.