Auxiliares e técnicos em enfermagem das unidades privadas e filantrópicas de Maceió realizaram, na tarde desta terça-feira (22), um ato na porta da Santa Casa de Maceió, contra a imposição da empresa na aplicação da jornada 12x36h sem a folga semanal. Na quinta-feira (24), a partir das 9h, um novo ato acontecerá na porta do Hospital do Coração, empresa que também está propondo a implantação da mesma jornada.
Outros atos devem acontecer conforme evolução das negociações propostas pelo Sateal, que apresentou ofício as empresas repudiando a jornada e propondo um acordo sobre a carga horária. Também está prevista a realização de manifestação na porta do Conselho Regional de Enfermagem (Coren/AL)
Antes do ato, dezenas de trabalhadores estiveram reunidos no Sindicato e formaram o Movimento Unificado dos Profissionais das Unidades Privadas e Filantrópicas de Alagoas, grupo que vai levantar o debate e denunciar as condições de trabalho e salários a que é submetida a categoria.
Profissionais denunciam precariedade e humilhações
Durante a reunião foram entregues dezenas de fotos mostrando os alguns locais de descanso dos profissionais da Santa Casa. Baratas na pia do banheiro, papelões e colchonetes espalhados no chão da sala, além de refeição totalmente inapropriadas. O caso foi denunciado a Procuradoria Regional do Trabalho.
Empresas recorrem da decisão da Justiça sobre a jornada 12x36h sem a folga
Embora o Tribunal Superior do Trabalho tenha decidido que a implantação da jornada de 12x36h só seria válida para novos contratos, as empresas de saúde representadas pelo Sindicato dos Hospitais, recorreu da decisão. A reforma trabalhista prevê a mudança, mas a Lei diz que ela só pode ser aplicada através de acordo firmado com a participação do Sindicato.
“Apesar da Lei prevê, as empresas seguem coagindo os profissionais a assinar a concordância com a aplicação da jornada, gesto ilegal e imoral, pois submeter o trabalhador a tal medida é um risco para a saúde do profissional e dos pacientes por ele atendidos. A responsabilidade desse absurdo é da empresa, que trata o auxiliar e o técnico em enfermagem de maneira humilhante, quando os expõe a condições tão degradantes e ainda querer exigir uma sobrecarga danosa a saúde de maneira geral”, denuncia o presidente, Mário Jorge.