Entidades da enfermagem alagoana estiveram reunidas nesta sexta-feira (18), no auditório da escola técnica Valéria Hora, para debater as responsabilidades técnicas, dificuldades e desafios relacionados à categoria. Proposto pelo Conselho Regional de Enfermagem (Coren) com o apoio do Sateal, parte do encontro focou no grande número de auxiliares, técnicos e enfermeiros que atuam de forma irregular na profissão.
Durante a reunião, a presidente do Coren demonstrou preocupação com o fato de que a Polícia Federal pode intervir junto aos profissionais em exercício ilegal da enfermagem. “Não queremos que isso aconteça, mas é preciso que essas pessoas que se encontram com suas anuidades atrasadas ou ainda não tem inscrição procurem nosso Conselho para organizar sua situação e não correr o risco de passar por esse tipo de constrangimento”, reforçou Lúcia Leite.
O presidente do Sateal e diretor da CNTS, Mário Jorge Filho, propôs que as entidades da enfermagem elaborem uma campanha de conscientização sobre a necessidade da regularização das anuidades e inscrição no Conselho para exercer a profissão. “Vamos trabalhar em parceria com os órgãos no sentido de lembrar aos profissionais sobre a obrigatoriedade da adimplência e regularização junto ao Conselho. Desse modo poderemos cobrar com mais eficácia das unidades de saúde as listas de auxiliares, técnicos e enfermeiros que trabalham no hospital”, a proposta foi aceita e defendida pela maioria dos presentes.
Mário Jorge frisou que muitos profissionais atuam irregularmente sob a conivência das unidades de saúde. “A cada seis meses a televisão exibe em cadeia nacional erros graves cometidos por estudantes e profissionais despreparados ou ainda sobrecarregados de serviço por conta dos baixos salários recebidos e a jornada abusiva”, reforçou, trazendo aos presentes informações sobre o andamento do PL 2.295/00 que trata da jornada de 30 horas para a enfermagem e o piso nacional. O presidente pediu mais empenho da categoria em Alagoas no sentido de cobrar melhor atuação dos parlamentares alagoanos na Câmara federal.
A representante estadual da Associação da Enfermagem do Trabalho, Léa Cynthia Barros reforçou que parte da responsabilidade dos erros de procedimento, assim como a presença de auxiliares, técnicos e enfermeiros atuando irregularmente são dos profissionais. “Nós também temos culpa por sermos coniventes e não cobrarmos a regularização daqueles que estão trabalhando sob nossa coordenação”, declarou.
Mário Jorge pediu que o Coren ofereça cursos de capacitação aos auxiliares e técnicos de enfermagem da capital e interior, uma vez que em 2012 apenas enfermeiros tiveram direito a cursos oferecidos pelo Conselho. Durante a reunião a assessoria jurídica do Conselho afirmou que ajuizou 98 ações jurídicas e administrativas, das quais 67 resultaram em condenações para unidades de saúde públicas e privadas.
Fonte: Assessoria Sateal