O Sindicato apura denúncias contra a Casa de Saúde e Maternidade Nossa Senhora de Fátima, do município de Arapiraca, pelo não fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual, além de imposição de sobrecarga de trabalho e o fornecimento de alimentação precária para os profissionais. A empresa já é reincidente e já foi notificada pela Procuradoria Regional do Trabalho em março, logo no início da pandemia.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem, durante os plantões de 24h (com 72h de folga) cada profissional é responsável pela assistência de mais de 40 pessoas, entre pacientes clínicos e obstétricos. Durante o expediente, o trabalhador recebe apenas duas máscaras de TNT confeccionadas pelo próprio hospital para usar durante todo o período. Auxiliares e técnicos ainda fazem o trabalho de maqueiros, transportando pacientes. A prática é ilegal.
“O almoço dos técnicos é carne de soja, arroz e feijão, fornecidos após 12 horas de trabalho ininterruptos. O jantar tem sido 1 pão com café preto, apenas. A empresa ainda pratica discriminação entre as refeições dos profissionais”, explica Mário Jorge.
O caso está sendo encaminhado para o Ministério Público do Trabalho e o Sindicato vai ajuizar uma ação na Justiça, uma vez que a empresa é recorrente neste tipo de conduta. “São relatos chocantes, de profissionais que trabalham no limite de suas condições físicas e mentais, sendo humilhados e discriminados”, acrescenta o presidente, chamando atenção para o reflexo da qualidade dessa assistência prestada aos pacientes.