Neste dia 20 de maio o Brasil celebra o Dia do Auxiliar e Técnico de Enfermagem. A data serve ainda para marcar a importância da luta pela valorização da categoria profissional, que enfrenta uma grave crise, relacionada a desvalorização da mão de obra, da precarização do ambiente e das relações de trabalho.
"Além das condições difíceis, os profissionais lidam com um ambiente estressante, com sobrecarga de trabalho, jornadas abusivas, falta de equipamentos adequados para o manejo, assédio moral e sexual, e as constantes tentativas de retiradas de direitos mantidos muitas vezes somente pelo intermédio da Justiça, em ações movidas pelo Sindicato", destacou o presidente do Sateal, Mário Jorge Filho.
Casos de assédio
O Sateal já registra desde o início do ano, o quinto caso de assédio moral no ambiente de trabalho contra profissionais da categoria. De acordo com levantamento solicitado pelo Sateal a Procuradoria Regional do Trabalho em Alagoas, entre janeiro de 2017 e fevereiro de 2019, 268 casos relacionados a assédio moral tramitam no órgão. Desses, 14 foram de assédio sexual. Grande parte dessas denúncias foi encaminhada pelo Sindicato.
Transtornos mentais relacionados ao exercício profissional
O Ministério Público do Trabalho (MPT/AL), o Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região (TRT/AL) e a Superintendência Regional do Trabalho (SRTb) discutiram com os sindicatos de trabalhadores e empregadores da Saúde em Alagoas, medidas de combate aos transtornos mentais relacionados ao trabalho.
O assunto entrou em debate após o Sateal enviar a denúncia do suicídio de um técnico de enfermagem, há pouco mais de um mês na cidade de Coruripe. Apenas em 2017, o Brasil registrou mais de 9 mil afastamentos previdenciários por doenças mentais e comportamentais, segundo dados do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho.
Afastamentos
Em seis anos - de 2012 a 2018 -, Alagoas registrou 801 afastamentos do trabalho por doenças mentais e comportamentais, e os casos de atendimento hospitalar estão na lista dos afastamentos. No mesmo período, em todo o Brasil, foram registrados 74.688 afastamentos pelas mesmas causas, segundo dados do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho.
Já no ano de 2017, em todo o país, segundo dados do Anuário Estatístico da Previdência Social, cerca de 13 mil trabalhadores vítimas de transtornos mentais e comportamentais foram aposentados por invalidez; cerca de 169 mil auxílios-doença foram concedidos no mesmo ano.
O assunto foi debatido durante audiência realizada na último dia 9, na sede do MPT, onde instituições e sindicatos discutiram a necessidade de identificar as doenças mentais em profissionais da Saúde e os motivos que vem causando os afastamentos do trabalho. “Um dimensionamento adequado nos quadros de auxiliares e técnicos garante boas condições de trabalho no setor. Profissionais reduzidos, excesso de jornada e o consequente serviço ineficiente agravam a problema das doenças”, destaca Mário Jorge.
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