O aposentado Joel Juvêncio da Luz, de 88 anos, é mais um dos usuários do plano de saúde do estado – Ipaseal Saúde – que está com seu tratamento de câncer da próstata parado por conta da inadimplência do plano com os hospitais do estado. A dívida do Ipaseal – superior a 15 milhões –, assim como do próprio governo com prestadores de serviços de saúde de Alagoas foi ponto de pauta da audiência realizada nesta terça-feira (30), na Procuradoria Regional do Trabalho.
Vale ressaltar que os usuários do plano são servidores estaduais e tem os valores das mensalidades debitados automaticamente dos salários.
O procurador Cássio Araújo, marcou uma nova audiência para o dia 09 de novembro, dando mais um prazo para a gestão do Ipaseal e para a equipe da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) realizarem os devidos ajustes e apresentarem um cronograma apontando as datas para os pagamentos aos credores.
Além dos danos aos usuários, a inadimplência ameaça os salários dos trabalhadores da rede privada e filantrópica. Presentes na reunião, os sindicatos demonstraram preocupação com a ameaça de atrasos ou até do não pagamento do 13º salário. Durante a audiência, o presidente do Sateal denunciou que as dívidas, que se arrastam há mais de três anos, já prejudicaram os profissionais em anos anteriores.
“Nossa participação na audiência é para cobrar dos dois entes, Ipaseal e governo, o compromisso de quitar ou negociar seus débitos junto aos prestadores, a fim de não prejudicar os trabalhadores, já que alguns hospitais alegaram dificuldade no caixa para honrar os pagamentos. Sem contar a situação de abandono dos usuários, que estão com diagnósticos e tratamentos parados e sem qualquer satisfação ou previsão de ajuste”, destacou Mário Jorge Filho.
Presentes na audiência, os representantes do Ipaseal afirmaram existir problemas desde a criação do plano e que uma auditoria rigorosa vem sendo realizada em cima da dívida, na tentativa de reduzir os custos ou apontar irregularidades na gestão. Ainda segundo os representantes, uma proposta para pedir apoio do governo deverá ser apresentada em breve.
Além dos sindicatos Sateal (Auxiliares e Técnicos), Sineal (Enfermeiros), Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde, Ipaseal, Sesau e demais membros do governo, estiveram presentes representantes dos hospitais da capital e interior.
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