Com intuito de discutir as contas da Seguridade Social, a CPI da Previdência convidou representantes do movimento sindical para apresentar sugestões e propostas para desvendar o déficit tão argumentado pelo governo. Os sindicalistas criticaram a reforma e debateram a contabilidade da Previdência Social, pedindo a cobrança dos devedores e sugeriram a paralisação da reforma até o fim dos trabalhos da CPI. Eles acreditam que para superar os desafios da Previdência é preciso buscar a aplicabilidade da justiça social. A Comissão também aprovou pedido de informações aos frigoríficos JBS, Marfrig Global Foods, Swift Armour, Margen e Nicolini, para explicar débitos com a Previdência Social. A iniciativa partiu do senador Hélio José (PMDB-DF).
O diretor de Assuntos Legislativos da CNTS, Mário Jorge Santos, participou da audiência pública e afirmou que essa conta não pode ser dividida entre a população “A Seguridade Social deixou de arrecadar muito com a política de desoneração. Agora o país enfrenta a maior crise econômica da sua história. A sonegação fiscal está se tornando um excelente negócio no Brasil e quem paga a conta é o trabalhador. Estamos atentos e vamos mostrar que quem deve pagar essa conta são os grandes empresários”.
Outro ponto apresentado pelo diretor foi a falta de fiscalização nas entidades filantrópicas. “A CPI deveria se debruçar no setor da saúde, principalmente nas entidades filantrópicas, que em grande maioria não fazem a devida arrecadação. Esse espaço cedido pela comissão é de extrema importância para o movimento sindical”.
A CNTS apoia a CPI da Previdência e confirma que é preciso analisar as contas do sistema com transparência para que a população não sofra as consequências de uma decisão bilateral entre o governo e o mercado.
Debates - Os palestrantes defenderam a intensificação das mobilizações e ampla adesão dos trabalhadores na próxima greve geral, programada para o dia 30 de junho, contra as "reformas" e por eleições diretas. As lideranças sindicais consideram o movimento paredista como a melhor e mais eficaz estratégia de reação aos sucessivos ataques aos direitos previdenciários, trabalhistas e sociais conduzidos pelo governo.
De acordo com secretário Nacional de Assuntos Jurídicos da Central Única dos Trabalhadores - CUT, Valeir Ertle, o problema da Previdência não é contábil, mas sim político e social. “A despesa previdenciária é um investimento social de alto alcance”, disse. Para o secretário, é preciso reduzir os juros, aumentar a geração de empregos, combater a sonegação e proteger a Seguridade Social da DRU.
Para o representante do Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora - Intersindical, Antônio Carlos Cordeiro, o termo correto para essas reformas do governo seria desmonte. “Isso não é uma reforma, é um desmonte articulado, diante de um governo ilegítimo, fruto de um grande conglomerado das elites do Brasil que se articularam para atacar os direitos dos trabalhadores, entre eles, os direitos previdenciários”, criticou.
O presidente da CPI, Paulo Paim criticou mais uma vez a pressa com que o governo quer aprovar essas reformas e convidou toda a população para a manifestação do dia 30 de junho. “Precisamos ir para as ruas e protestar contra essas reformas tão absurdas. Não podemos deixar aprovar essas reformas a toque de caixa como querem fazer”, disse.
Paim alertou os parlamentares que seguem na contramão dos anseios da população de que nas próximas eleições a punição das urnas será "implacável" aos traidores da classe trabalhadora e da sociedade em geral. "Quem assume posicionamento favorável à aprovação dessas criminosas reformas está cometendo, ainda que não perceba, um infalível suicídio político. Todas as pesquisas apontam para a ampla rejeição das reformas, bem como do governo ilegítimo que tenta, a todo custo, rasgar todas as conquistas sociais da classe trabalhadora. Que subestimem a inteligência do eleitor brasileiro. Tal comportamento vai favorecer ampla renovação, com seleção mais rigorosa a viabilizar a posse de melhores quadros políticos para o país", alertou o senador.
Fonte: CNTS com Agências