Em menos de dois meses duas profissionais que atuam no Hospital Portugal Ramalho - uma enfermeira e outra técnica de enfermagem - foram agredidas por pacientes durante seus turnos de trabalho. As situações expõem um grave problema que ronda atualmente as unidades de saúde voltadas para o atendimento psiquiátrico e de dependentes químicos: a falta de segurança especializada.
A insegurança toma conta dos profissionais que atuam nestas unidades, que são obrigados a realizar o atendimento e conter pacientes exaltados que partem para a agressão física contra os profissionais.
E não é para menos a sensação de insegurança. Em entrevista ao jornal Tribuna Independente, a enfermeira Maria Sônia Teixeira relatou que viveu momentos de terror. “Ele chegou ao PSAM (Projeto Integrado de Saúde Mental) ambulatório do hospital dando escândalo e proferindo palavras de baixo calão, querendo medicação para epilepsia. Dirigi-me até o agressor e o orientei voltar em agosto para buscar a medicação porque não havia médicos, mas ele queria a todo o custo uma receita para a medicação. Estamos com a equipe médica defasada, muitos se aposentaram e não houve a reposição devida, mas ele não aceitou a resposta, disse que éramos vagabundos e preguiçosos...”, detalhou a enfermeira.
O presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem no Estado de Alagoas (Sateal), Mário Jorge Filho, já havia alertado para a necessidade da Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) contratar profissionais de segurança com treinamento especial para atuar nesse tipo de situação.
“Além de baixa remuneração e falta de condições de trabalho, os trabalhadores do estado também estão expostos a violência física e moral por falta de segurança nos locais de trabalho. O governo do estado é responsável por garantir a integridade física e moral dos servidores, e, no entanto, essa questão é tratada com descaso”, afirmou.
A reitora da Uncisal, Rosângela Wyszomirska, disse durante em reunião no último dia 12 de maio que irá redefinir a locação da vigilância no hospital psiquiátrico, bem como o número de pacientes atendidos para assim reorganizar o fluxo na unidade.