Frente em Defesa do SUS aciona STF para suspender tramitação da LDO que prevê teto de gastos

Frente em Defesa do SUS aciona STF para suspender tramitação da LDO que prevê teto de gastos


Publicado em: 05/08/2016 17:50 | Autor: 337

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Os parlamentares integrantes da Frente Parlamentar Mista em Defesa do SUS ingressaram no último dia 03 de agosto com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando a suspensão da tramitação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2017. Os parlamentares argumentam haver inconstitucionalidade no Artigo 3º da matéria, que repete o texto de parte da PEC 241/2016 e estabelece teto de gastos públicos da União com a desvinculação de receitas para saúde e educação.

Na terça-feira (2), a coordenação da Frente Parlamentar Mista em Defesa do SUS  reuniu-se pela manhã com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que assentiu haver inconstitucionalidade. O relator da LDO na Comissão Mista de Orçamento (CMO), o senador Wellington Fagundes (PM-MT), todavia, inviabilizou um acordo porque depois de consultar o Palácio do Planalto não concordou em retirar o Artigo 3º do projeto.

Secretário-geral da Frente do SUS, o deputado federal Jorge Solla (PT-BA) argumenta ao Supremo que lei orçamentária não pode descumprir a legislação constitucional vigente quanto à vinculação de receitas. “Não se pode aprovar essa LDO com essa previsão sem que antes se mude a regra do jogo, o que esperamos que não aconteça. A PEC 241/2016, que estipula o teto de gastos e desvincula receitas, é polêmica e não tem maioria sequer na base do governo”, diz Solla.

O presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Ronald Santos, comentou a ação da Frente Parlamentare afirmou ser crucial no combate ao subfinanciamento do Sistema Único de Saúde. Segundo ele, não se pode ficar de braças cruzados enquanto a saúde pública sofre com falta de recursos. “Temos de lutar para que o SUS não sofra ainda mais com o subfinanciamento. Esperamos uma vitória maiúscula no STF, que sempre entende a necessidade do povo brasileiro”, afirma.

Caso o STF conceda o mandado de segurança e o Congresso Nacional não vote a PEC 241/2015 antes da discussão do Orçamento de 2017, as novas regras propostas por Michel Temer só poderão valer em 2018, se aprovadas.

A ação, subscrita pelo senador Humberto Costa (PT-PE) e os deputados federais Zenaide Maia (PR/RN) e Odorico Monteiro (PROS-CE), aponta que a “quase coincidência total do texto” de artigos da PLDO/2017 e da PEC 241/2016. “É possível verificar de modo cristalino que o PLDO antecipa, em seu artigo 3º, as alterações pretendidas pela PEC 241, sem que a mesma tenha sido apreciada, votada, sancionada e publicada no Diário Oficial da União”. A peça salienta, ainda, que a LDO precisa de maioria simples para sua aprovação, enquanto emendas à Constituição tem rito diferente, com exigência de maioria qualificada, ou seja, 3/5 dos 513 deputados.

Ascom Sateal com informações CNS