Para retomar o diálogo acerca da regulamentação da jornada de trabalho da enfermagem em 30 horas semanais com os poderes Legislativo e Executivo, a CNTS e demais entidades que compõem o Fórum Nacional da Enfermagem estiveram reunidas com o líder do governo na Câmara, deputado André Moura (PSC-SE). Segundo o secretário-geral da CNTS e coordenador do Fórum, Valdirlei Castagna, o deputado sempre apoiou a reivindicação, mas agora, em outra posição, como líder do governo, a enfermagem gostaria de novamente pautar o debate do PL 2.295/2000.
“Gostaríamos de contar com o apoio do deputado André Moura como intermediador deste diálogo com o atual governo. Fizemos um novo levantamento que, além de quantificar os postos de trabalho da enfermagem no Brasil, dá aos empregadores dos setores público e privado a exata dimensão do impacto financeiro”, ressaltou, lembrando que as estimativas de custos decorrentes da regulamentação da jornada em 30 horas têm sido ponto de resistência por parte do governo e dos empregadores. A jornada média dos profissionais é de 36 horas, o que também leva a um impacto menor nas contas do governo e das empresas.
Castagna destacou, ainda, os efeitos positivos de uma jornada adequada às especificidades das atribuições e responsabilidades da enfermagem, como o alto índice de acidentes e doenças ocupacionais causadas pelo cansaço e estresse por conta da extensa jornada de trabalho. “Não temos dúvidas que se o nosso projeto de lei for aprovado teremos menos afastamentos pelo INSS”.
Moura garantiu que levará o projeto, juntamente com os levantamentos sobre o impacto orçamentário, para a reunião da equipe econômica do governo interino de Michel Temer. “A gente precisa, antes de mais nada, estabelecer uma ponte de comunicação e entendimento entre as entidades que representam a enfermagem e a nova equipe econômica do governo, para então termos um posicionamento firme do Poder Executivo acerca deste tema”, avaliou.
O deputado André Moura afirmou ainda que, na atual conjuntura econômica do país, trata-se de um tema delicado e que demandará cautela e paciência das entidades e dos trabalhadores. “O governo assumiu há um mês e está trocando o pneu com o carro andando. Por isso precisamos ter um pouco mais de paciência. Estaremos trabalhando sempre pela aprovação do PL 2.295”, disse. Após o encontro, Castagna enviou ao líder do governo ofício em que o Fórum apresenta um histórico da luta e as justificativas para a regulamentação das 30 horas semanais.
Fonte: CNTS