A situação dos trabalhadores do Hospital do Açúcar fica cada vez mais caótica. Depois de enfrentarem incertezas com relação aos pagamentos de salários e benefícios, o hospital ameaça demitir funcionários para conter gastos. Um movimento unificado das entidades que representam várias categorias da saúde decidiu se reunir para cobrar providências e não descarta realizar uma greve geral nos próximos dias. Uma assembleia foi marcada para a próxima quinta-feira (02) no hospital.
Desde 2011 os trabalhadores do hospital vêm enfrentando dificuldades para receber seus salários e dia e a situação vem se agravando desde a metade do ano passado, que após uma sequência de atrasos os trabalhadores entraram em greve.
A direção do Hospital do Açúcar mostra que não está interessada em oferecer a seus funcionários benefícios básicos, já que sugeriu demitir 303 funcionários de vários setores sob a alegação de cortar custos. Além disso, a unidade ainda não realizou o pagamento de 13º dos funcionários e férias, pendentes desde o final do ano passado.
Diante de tamanha ameaça, o Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem no Estado de Alagoas (Sateal), o Sindicato dos Enfermeiros de Alagoas (Sineal), o Sindicato dos Técnicos Laboratoriais, o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde de Alagoas e o Sindicato dos Técnicos em Radiologia decidiram se unir para traçar uma pauta conjunta para atuar em defesa dos trabalhadores.
Segundo o presidente do Sateal, Mário Jorge dos Santos, as entidades não aceitam a proposta da direção do Hospital, que é de demitir os mais de 300 funcionários e realizar o pagamento das indenizações em 48 meses. Uma das propostas a serem apresentadas pelos sindicatos em nova audiência na próxima segunda-feira (30) é que o hospital demita os integrantes da direção e nomeie uma comissão para administrar a unidade, além de garantir um litisconsorte entre União, Estado e município.
“A situação é muito crítica no Hospital do Açúcar. Os trabalhadores estão com medo do que pode acontecer com eles. Porém enxergamos alternativas para conter despesas que não precisam atingir diretamente os funcionários, como a dispensa de empresas que prestam serviços terceirizados, a demissão da diretoria, pois é lá onde se concentram os grandes salários. É inadmissível que tais práticas sejam adotadas. Iremos defender os trabalhadores da melhor maneira possível”, completou.
Problemas se arrastam
No ano passado e nos primeiros dias de 2016 a greve foi a opção encontrada pelos trabalhadores para protestar pela falta de compromisso com os trabalhadores. Foram semanas de mobilização na porta da unidade e de resistência, já que o movimento sofreu com a intimidação de coordenadores setoriais. `
Os pagamentos começaram a ser realizados de forma fracionada, mas ainda há pagamentos pendentes. Os funcionários também reclamaram da falta de materiais básicos para a realização de procedimento nos pacientes. Somente após uma audiência na Procuradoria do Trabalho no início deste mês é que a direção se comprometeu a reformar o vestiário destinado aos trabalhadores, além de garantir o fardamento. As denúncias das irregularidades foram feitas à PRT pelo Sateal.
Ascom Sateal