Apesar de contraditório, profissionais da saúde são atualmente as principais vítimas de acidentes de trabalho no país. No topo desse ranking aparecem os profissionais da Enfermagem, seguidos por médicos e estudantes (residentes e estagiários).
Os principais acidentes de trabalho em serviços de saúde são aqueles com exposição ao material biológico, particularmente sangue e secreções de pacientes. É fundamental o correto manuseio com agulhas e lâminas, já que há o risco de respingos em mucosas, como os olhos e a boca, ou por meio de soluções de continuidade na pele, como cortes e feridas.
Dados estatísticos apontam que ultrapassam os 65 mil casos de acidentes de trabalho no país. Em entrevista a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), Rafael Torres, médico preceptor do Programa de Residência Médica em Medicina do Trabalho, Medicina Legal e Perícias Médicas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, afirmou que as condições do trabalho e da saúde dos médicos são negligenciadas.
“Há várias questões envolvidas nesta negligencia, desde a postura dos médicos, altamente resistentes aos exames periódicos, até aspectos da organização do trabalho com um número excessivo de horas trabalhadas, na maioria das vezes, de forma autônoma”, explica.
Outra categoria que está exposta a esses acidentes são os profissionais da higienização e limpeza, como alerta o especialista em medicina do trabalho, Marcelo Pustiglioni. Ele explicou que esses profissionais aparecem nas estatísticas de maneira importante, porque refletem as falhas no descarte de material contaminado e porque, ao se acidentarem, é muito difícil identificar o paciente-fonte e isso complica muito a decisão de quimioprofilaxia.
Fonte: Portal Médico e ANAMT
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